Era uma noite linda na cidade de Araruama, um belo garoto chamado Jonas andava pela grama do campo da praça da cidade, estava triste e cabisbaixo, nenhum sorriso pousava no rosto do menino. Balançava uma bola branca de futebol que lançava de uma mão a outra como forma de acalmar a mente, mas não podia, não conseguia, a dor de perder seu melhor amigo se comparava a dor de perder um pai, um irmão ou uma mãe. O que ele faria? Para onde iria? Muros psicológicos surgiram a sua frente, impedindo-o de continuar... Continuar a viver em paz:
- O que faço agora sem você, meu amigo? - Disse com lágrimas nos olhos. - Por que você foi embora? Podia pelo menos ter me levado com você.
O vento acariciava seu rosto e acalmava pouco a pouco sua alma, porém, uma voz surgiu em sua mente:
- Jonas, - Disse a voz. - você não pode desistir do futebol, não pode desistir de tudo o que teve que passar para chegar onde chegou. Você precisa continuar a lutar, continuar a correr, continuar a chutar, pois, nós nascemos do futebol, o futebol é a nossa vida, você faz parte da minha vida tanto quanto eu faço parte da sua, por isso eu nunca desistirei de você.
Jonas, após ouvir tudo, não conseguia se mexer, nem falava, nem piscava, pois o que estava vendo era algo que nem em um milhão de anos ele conseguiria acreditar ser verdade ou apenas fruto da sua imaginação, seu melhor amigo, Carlos, vinha em sua direção, coberto de luz dourada, luz de anjo, era como se a própria vida tivesse personificado em seu amigo. Jonas continuava sem se mover, não piscava nem nada, apenas assistia com as pernas bambas o ser de luz se aproximar dele. Quando seu amigo chegou bem perto, o beijou, o beijo mais calmo que Jonas poderia sentir em toda sua vida que fez com que a bola que estava em sua mão acabasse por cair na grama. Sentiu algo subir em calafrios pelo seu corpo, uma vontade enorme de gastar toda a adrenalina que corria em suas veias apenas correndo. Suas línguas se entrelaçavam como se fossem uma, seus corpos se tocavam, a Lua e seu cobertor estrelado eram testemunhas daquele amor. Depois de minutos, os dois se soltaram, Carlos olhou fixamente para Jonas e foi embora logo em seguida, sumindo na vasta escuridão do campo, tirando toda a luz daquele lugar. Jonas pegou a bola do chão, olhou para o céu e disse: "Eu não vou desistir de nós".
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