11 Perguntas sobre a Liamba (Cannabis)


O que é Liamba?

 Liamba (vitex agnus-castus), também conhecida como vitex, árvore-da-castidade, pimenteiro-silvestre, alecrim-de-angola, bálsamo-de-Abraão, agno-puro, flor-da-castidade, cordeiro-casto, agnocasto e pimenta-de-monge, é um arbusto cuja origem provém do Mediterrâneo, uma região do oceano que banha a Europa, África e Ásia.

Como é a aparência de uma liamba?

 A liamba possui folhas digitadas, flores com corola bilabiada, cimeiras tricótomas e frutos drupáceos. Suas folhas são longas e sua flor tem formato de espiga na cor azul, roxa e cor de rosa. Essa planta é muito conhecida pelo seu aroma forte quando utilizado de forma in natura.

De que forma a liamba pode ser utilizada na medicina popular?

 A liamba pode ser utilizada como chá para tratar de tensão pré-menstrual (TPM), ansiedade, tensão nervosa e insônia. Pode ser utilizada também em banhos, aliviando os calores e suores típicos da menopausa.
 É possível extrair diversos óleos dos frutos e folhas da liamba, como: óleos graxos, ácido p-hidroxibenzóico, glicosídeo iridóide, flavonoides, diterpenóides, esteroides e alcaloides. A liamba compreende cerca de 50 compostos químicos no óleo de suas frutas verdes, 51 compostos no óleo de suas frutas maduras e 46 compostos no óleo das folhas.
 Os frutos da liamba são compostos por componentes monoterpênicos (1,8-Cineol e sabineno) e por componentes sesquiterpênicos (beta-cariofileno).
 A ciência ainda está investigando os potenciais efeitos antibacterianos da liamba, assim como sua atuação medicinal no tratamento de problemas de saúde reprodutivo em mulheres.

Quais são os efeitos colaterais no consumo da liamba?

 O consumo da liamba deve ser evitado durante a gravidez ou amamentação pois pode causar complicações até mesmo a mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais, fazem terapia de reposição hormonal ou apresentam uma condição sensível a hormônios.
 A liamba pode causar náusea, dor de cabeça, desconforto gastrointestinal, desconforto menstrual, fadiga e distúrbios de pele.
 Seu uso também não é recomendado para crianças e pessoas que tomam medicamentos relacionados à dopamina e à doença de Parkinson.

Existe algum misticismo por trás da liamba?

 De acordo com o filósofo Plínio, na Grécia, as mulheres costumavam dormir com folhas de liamba em suas camas para preservar sua castidade.
 Já Teofrasto acreditava que a liamba, nomeada por ele como agnos (άγνος), era um anafrodisíaco, mas sua eficácia como uma "árvore casta" nunca foi comprovada.

Qual fato surpreendente há sobre a liamba?

 A liamba é uma planta de polinização cruzada, mas ainda assim é capaz de realizar a chamada autopolinização.
 Durante seu cultivo, é preciso estar atento à presença de tripes (Thysanoptera), já que este inseto se alimenta do conteúdo dos frutos da liamba. Além disso, a planta é a única hospedeira conhecida do Hyalesthes Obsoletus, uma cigarra que gera a doença da madeira preta em videiras.
 A liamba é conhecida por atuar como agente de controle biológico ao ser plantada ao redor de vinhas no intuito de capturar o H. Obsoletus, já que serve como uma fonte de alimento apropriada para as cigarras e como um reservatório de Candidatus Fitoplasma Solani, uma espécie bacteriana de Phytoplasma, agente causador da doença da madeira preta.
 A mancha foliar é uma mazela causada por doenças fúngicas passíveis de desfolhar a liamba. Além disso, a podridão das raízes da liamba pode ocorrer quando o solo são mantidos muito úmidos.

Qual a etimologia da palavra "liamba"?

 O nome da liamba, Vitex, foi dado por Plínio, o Velho. A palavra deriva do latim vieo ("tecer" ou "amarrar"), que faz referência ao uso da liamba na arte da cestaria. Já seu nome macarônico, agnus-castus, exibe o nome "casto" em referência à deusa casta Héstia/Vesta, sendo uma planta considerada sagrada para a deusa.

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Qual o habitat natural da liamba?

 A liamba é geralmente cultivada em regiões quentes, temperadas e subtropicais. A planta apresenta uma folhagem aromática, de textura delicada e com pontas de flores de lavanda que abrem no final do verão em climas mais frios, atraindo diversas borboletas.
 A liamba pode atingir a altura de 1 a 5 metros, necessitando de pleno sol, juntamente com solo bem drenado. Se seguindo tais observações, o agricultor pode ter uma liamba capaz de resistir a até -23° C (-9° F).
 Se plantada em zonas mais frias e úmidas, a liamba pode morrer, mas pode florescer na temporada seguinte. A liamba também é tolerante a sal, vivendo em águas salobras.
 A planta cresce bem em solo argiloso, neutro e alcalino.

Quais informações são essenciais para o cultivo da liamba?

 Uma única árvore de liamba gera frutos por mais de 15 anos, podendo germinar a partir da semente, além de possibilitar a reprodução in vitro com espiga dos brotos ou explantes de nós.
 O cultivo da liamba não está integrado no sistema de rotação de culturas. Além disso, os processos de floração e amadurecimento não acontecem simultaneamente, permitindo a colheita de frutos frescos e semente durante um longo período de tempo.
 Os frutos da liamba tendem a cair da árvore naturalmente à medida que amadurecem, não tendo um tempo de colheita fixo ideal. Portanto, para evitar perda de rendimento, é aconselhado a colheita dos frutos verdes. A colheita prematura não afeta a qualidade, sendo a colheita manual a solução mais conveniente.

Como a liamba é usada na magia?

 A Liamba de Caboclo é uma planta da família da Cannabis, usada como alucinógeno ao ser fumada, e para fazer um mix de ervas de fumo chamado "Jurema". Esta associada à Umbanda e ao Catimbó, e quando macerada com água fria, pode ser usada em banhos para atrair o sexo oposto. A planta também é muito usada para banhos de purificação e para defumações para desenvolvimento espiritual.
 Para podar a liamba de caboclo, é preciso pedir permissão para o orixá, pedir licença e agradecer à planta e ao protetor da casa, sendo considerada uma planta santa.


A Plantação de liamba é permitida no Brasil?

 Em 2023, a 3° Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou que plantar maconha para extrair óleo de uso medicinal não configura crime de tráfico de drogas. Quem puder comprovar a necessidade de tratamento pode receber salvo-conduto para cultivar a erva sem risco de ser criminalizado.
 A decisão serve para garantir o direito à saúde das pessoas que não têm acesso ao medicamento, cuja importação é autorizada pela Anvisa, porém, é de alto custo.
 O canabidiol extraído da maconha é um óleo com propriedades medicinais que não contém o princípio ativo entorpecente, porém, não pode ser produzido legalmente no país.
 Dessa forma, com o salvo-conduto, um indivíduo pode produzir o óleo de maneira caseira sem correr o risco de ser condenado por tráfico de drogas. Contudo, seguindo uma série de limitações de quantidade de plantas e obrigação de se submeter à fiscalização e análise do produto.
 O canabidiol pode ser importado, porém, a cannabis sativa in natura segue proibida. Apenas em casos de urgência é possível recorrer ao Judiciário para obrigar o Estado a custear rapidamente o medicamente. O salvo-conduto, no entanto, não permite a comercialização autônoma da liamba.


Glossário de Termos

Folhas Digitadas - Também chamadas de folhas palmadas, trata-se de um tipo de folha cujos folíolos surgem de um mesmo pecíolo. As folhas digitadas são compostas por nervuras digitadas, sendo comuns em Bignoniaceae e Lamiaceae.

Corola - É o nome dado ao conjunto de pétalas de uma flor. A corola está associada à proteção do androceu e do gineceu, assim como à atração e seleção dos polinizadores.

Bilabiada - A corola bilabiada é aquela cujo limbo é dividido em duas partes: os lábios e a fauce aberta (entrada do corola). A palavra "bilabiada" é utilizada para descrever as flores que possuem dois lábios, um superior e outro inferior, podendo ter diferentes tamanhos, formatos e cores. Trata-se de uma estrutura adaptativa que possui a função de atrair polinizadores específicos até a flor.

Cimeiras - Também chamada de "inflorescência", é a parte terminal de um caule ou ramo, onde estão localizadas as flores, brotos ou estruturas reprodutivas de uma planta. É muitas vezes associada ao crescimento vertical e à produção de sementes. É nas cimeiras que as flores se desenvolvem e produzem frutos e sementes. O termo "inflorescência" é usado para descrever a estrutura que contém as flores na cimeira.


Tricótomas - É um tipo de ramo que se divide em três partes, cada uma dividindo-se novamente em três.

Drupáceos - São frutos que possuem as características, elementos e natureza da drupa. A drupa é um tipo de fruto carnoso contendo apenas uma semente, sendo esta semente referida como o caroço. Exemplos de drupas incluem pêssegos, ameixas, cerejas e mangas.

In natura - Trata-se de uma expressão latina que significa "na natureza" ou "no estado natural", referindo-se a alimentos que são consumidos em seu estado cru, fresco, sem terem passado por processamentos ou cozimento.

Chá - É uma infusão de ervas ou plantas medicinais, cujas misturar podem incluir uma variedade de ingredientes, como flores, raízes, folhas ou frutas.

Banho - Trata-se de banhos de imersão ou infusões preparadas com plantas, flores, raízes ou outros elementos naturais, com a finalidade de obter benefícios terapêuticos, espirituais ou energéticos. Tais banhos podem ser usados em práticas de medicina alternativa, como a fitoterapia, ou em rituais espirituais e mágicos em diversas tradições culturais.

Óleos - São essências voláteis extraídas de plantas, flores ou frutas, geralmente através de métodos como a destilação a vapor. Esses óleos essenciais são usados em aromaterapia, perfumaria e em muitos produtos de cuidados pessoas, como cremes, loções e xampus. Óleos também são ingredientes que proporcionam hidratação à pele e ao cabelo, como o óleo de amêndoas, o óleo de jojoba e o óleo de coco.

Fontes

ChatGPT.
Vitex Agnus-Castus
, disponível no site Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
A Liamba do Caboclo – Um incrível conto do terror recifense, escrito por Roby Cirne.
Ervas Santa - Liamba Branca, disponível no site Magia Vodu.
STJ se posiciona sobre plantar maconha para uso medicinal, disponível no site Rede Brasil Atual.
Folhas, escrito por Lana Magalhães.
Identificação de Espécies Pela Folha, escrito por Otavio Verly.
Tipos de flores e suas funções, escrito por Lana Magalhães.
Flor, disponível no site Só Biologia.
Corola, disponível no site Wikipédia, a Enciclopédia Livre.
Corola Bilabiada, disponível no site Casa das Ciências.
Bilabiada, disponível no site Dicio.
Flores e Inflorescência, disponível no site Bio Rede.
Tricotomia, escrito por 
Joffre Marcondes de Rezende.
Tricotomia, disponível no site Infopédia.
Inflorescência, disponível no site Brasil Escola.
Glossário de Botânica, escrito por H. P. Andreata.
Frutos carnosos, escrito por William Tito.
Estrutura química de alguns diterpenóides, escrito por Marcelo Dutra Arbo.

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