A Liberação das Drogas Daria Certo no Brasil?


 Sendo bem aberto com vocês, eu já fui fumante durante muitos anos da minha vida, e por ter apenas 21 anos entendo que ainda tenho muito o que aprender sobre disciplina e resiliência no que tange às drogas que posso entrar em contato já que possuo essa predisposição a consumir substâncias que trazem consequências à minha saúde física e mental.
 Entrei em contato com a maconha quando tinha uns 16 anos de idade. Cada ano que passava mudava a minha visão e comportamento com o uso da cannabis, num fenômeno que eu chamo de "Era da Lombra". Já vi tudo ao meu redor ficar verde, já senti como se estivesse levitando, assim como já senti como se a Terra se inclinasse de repente e eu estivesse prestes a cair. Agora estou numa era da lombra onde fico mais atencioso com parentes dos meus amigos kkkkk.


 Muito se diz sobre a liberação das drogas...
 Pessoas que apoiam apenas porque querem mais facilidade em conseguir comprar as drogas que as prendem em um ciclo viciante que pode perdurar por anos e ainda destroem seus órgãos à cada uso e as endividam diariamente.
 Pessoas que são contra e temem pela vida de seus filhos que podem se deixar influenciarem pelas atitudes de terceiros com quem nutrem uma relação fraternal agradável ou platônica no intuito de "fazer parte do grupo".
 Acontece que mesmo sendo "maconhista" (uma forma lúdica e menos "grosseira" de se referir à usuários da cannabis), eu não sou à favor da liberação das drogas, pois não se trata apenas do que pode ser melhor para mim, estamos falando de uma questão que impactaria todo o povo brasileiro.
 Tenho amigos próximos que são à favor da liberação, não conversamos tanto sobre, mas sempre me vejo numa zona pacífica quando falamos de questões políticas semelhantes já que não costumamos julgar uns aos outros (sim, tenho amigos incríveis ♡), cuidamos uns dos outros e respeitamos cada decisão tomada porque sabemos que aqueles momentos tão bons não devem acabar apenas por discordância de opiniões.


 Sempre fui do tipo que participava das saídas com os amigos (ou "rolês", como falamos aqui no RJ) de escanteio, ou seja, era quieto, não olhava muito para as pessoas, tinha medo de ser visto como um cara chato, pouco interessante e vago. Costumava sair da escola (lá pra 2018 a 2019, quando estava no primeiro ano do ensino médio) e ia direto pra praça da minha cidade pra beber e fumar com meus "colegas de rua" que nunca foram meus amigos exatamente, mas apenas compartilhavam comigo o mesmo tédio diário por não se sentir bem encaixado em um grupo e queriam disfarçar suas inseguranças consumindo catuaba, vodka com energético, vinho barato, corote, cigarro e maconha. Com o tempo, a gente até acabava criando um sentimento de pertencente a um lugar e a um grupo, mas depois que a bebida acabava e o último cigarro virava cinzas, todos iam embora sem nem se despedir, até porque "colegas de copo" só se importam em rachar a bebida, não os problemas.


 Hoje em dia, faço parte de um grupo de amigos que me fazem sentir bem, são pacíficos e bondosos, adultos e trabalhadores, maduros e sem medo, livres e acolhedores, amantes da arte de fazer música, de contar histórias, de criar e apreciar. Me sinto bem por ter essas pessoas. Não me sinto preso a eles, quando sinto que devo ir para casa, me despeço com um abraço caloroso e vou para casa já sentindo falta deles.
 Ainda tem minha família, com quem falo tranquilamente sobre o uso que faço da cannabis, do cigarro e do álcool. Procuro sempre dar motivos para que minha mãe confie em mim. Contanto que eu sempre volte pra casa, ela irá conseguir dormir tranquilamente.
 Nem todo jovem tem a sorte de encontrar pessoas assim. Tive que perder pessoas, vê-las irem embora ou até as abandonando pra finalmente encontrar um lugar para pertencer. Inclusive, perdi pessoas que eram usuárias de drogas.


 Mas agora, quero voltar sobre a questão da liberação das drogas. Quando ouço essa ideia vir à tona sempre me vem à mente: "Peraí, não é liberação das drogas, não dá pra liberar as drogas assim desse jeito, tem que pensar melhor nessa parada!".
 Liberação das drogas significa, na minha visão, facilitar o acesso às drogas, permitindo sua venda em pontos de venda de produtos semelhantes como lojas de conveniência e tabacarias.
 Como um pró-liberação, penso que a liberação das drogas faria com que o tráfico praticamente acabasse, já que "apenas" seria necessário o dinheiro para comprar a droga numa tabacaria qualquer ou um bar de forma totalmente segura, ao invés de ter que entrar em contato com áreas perigosas onde ficam os vendedores destas substâncias, áreas comumente chamadas de "bocas de fumo".
 Dessa forma, muitos atritos entre facções diminuiriam já que elas perderiam suas áreas de venda de drogas, sendo esta uma das principais, senão a principal, forma que eles utilizam de conseguir dinheiro para reger as áreas em que atuam e conseguir mais poder de controle sobre os moradores destas áreas majoritariamente periféricas.


 Contudo, os meus ideais pró-liberação não se limitam à situação do tráfico no país. Para que a liberação ocorresse corretamente, teríamos que, primeiro de tudo, reformular a ideia transmitida pela palavra "liberação das drogas". Nenhuma droga ilícita deve ser liberada para que as pessoas comprem em qualquer lugar, não mesmo!
 "Liberação Hígida de Narcóticos" me parece um nome adequado. Seria o mesmo que dizer "liberação sadia de narcóticos" ou "liberação de narcóticos para a saúde".
 Bom, o nome já foi reformulado, agora temos que pensar em como ocorreria a venda destas drogas ilícitas de forma legal. Já que minha visão pró-liberação é mais voltada à saúde, nada mais justo que propor a venda destas drogas apenas em drogarias, ao invés de tabacarias. Se tanta gente adora falar que "a maconha é uma erva medicinal e blá-blá-blá", então que sejam as drogas tratadas como remédio, e remédio a gente não encontra em tabacaria né.
 O objetivo é fazer com que as drogas ilícitas sejam vistas e usadas como remédio e não como instrumento de lazer e recreação, até porque ninguém toma remédio contra pressão alta por divertimento, vamos ter senso! É do lazer com as drogas que surge casos de overdose, pois não há disciplina nem dosagem já que é o próprio usuário que dosa.
 Inclusive, nesta minha espécie de "Plano de Lei" imaginária, deixaria claro que qualquer venda, troca e produção de tóxicos fora de um laboratório regulamentado pelo governo e pelas mãos de pessoas sem nenhuma capacitação profissional em farmácia para administração e dosagem das substâncias químicas utilizadas para a sintetização das drogas seria presa e receberia uma pena de 5 a 15 anos de prisão (vide o artigo 33 da Lei 11.343/2006, que, em relação às drogas ilícitas, diz que: "Vender, comprar, produzir, guardar, transportar, importar, exportar, oferecer ou entregar para consumo, mesmo que de graça, dentre outras condutas, acarretaria em uma pena de 5 a 15 anos de reclusão e pagamento de multa de 500 à 1500 dias-multa).
 Isso significa que as drogas continuariam sendo ilegais no Brasil em relação às pessoas que as obteriam por meios ilegais, sem possuírem nenhum mal físico ou psicológico onde se faz necessário o uso de uma droga ilícita.
 Contudo, sua compra legal poderia ser feita em qualquer farmácia por um profissional da área, e só poderia ser vendida mediante receita prescrita por um médico ou psiquiatra. A produção dos remédios a partir de uma droga ilícita seria feita por laboratórios farmacêuticos, que desenvolveriam uma bula constando todas as informações necessárias para compreensão dos riscos no uso exagerado da droga em questão, assim como seus benefícios e tudo mais.
 Penso que o ideal também seria estipular uma lista oficial de drogas ilícitas que poderiam ser usadas como fármacos feita por órgãos e programas governamentais, como:
 ⤷ SISNAD, Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas;
 ⤷ CONAD, Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas;
 ⤷ SENAD, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas;
 ⤷ ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
 ⤷ SUS, Sistema Único de Saúde.

 Junto a órgãos e programas internacionais, como:
 ⤷ UNODC, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime;
  CND, Comissão de Narcóticos;
 ⤷ OPAS, Organização Pan-Americana da Saúde;
 ⤷ OMS, Organização Mundial da Saúde.


 De acordo com o site VEJA, há cinco drogas ilícitas que podem ser usadas em tratamentos médicos. São elas:
 ⤷ MDMA - Também conhecido como ecstasy, é dito ser capaz de diminuir os sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático grave em um curto espaço de tempo.

 ⤷ Cetamina - Também conhecido como ketamina, é utilizada em baixa dose em tratamentos de doenças reativas das vias aéreas, e principalmente para sedação em procedimentos cirúrgicos, tratamento da depressão e ideação suicida (ou seja, pensamentos suicidas). A cetamina induz um estado de transe, proporcionando alívio da dor.  A ketamina foi sintetizada em 1965 pelos laboratórios Parke & Davis como uma substituição da fenciclidina, que possuía muitos efeitos colaterais em seu uso como anestésico. Era utilizado na Guerra do Vietnã para diminuir a dor dos feridos. A ketamina possui efeitos sedativos, analgésicos e amnésicos bem rápidos, além de promover a broncodilatação e a manutenção dos reflexos das vias aéreas e do tônus do sistema nervoso simpático.

 ⤷ Maconha - A amada cannabis, a favorita daqueles que querem a liberação das drogas. Possui propriedades anti-inflamatórias, analgésicas (aliviam a dor), ansiolíticas (acalmam) e antipsióticas (tranquilizam emocionalmente). A maconha, ainda pode servir para aliviar dores crônicas e auxilia no tratamento da epilepsia.

 ⤷ LSD - Essa droga, criada pelo cientista suíço Albert Hofmann, já foi utilizada medicamente nas décadas de 50 e 60 nos EUA, após receber grande apoio em seu uso pelo professor Timothy Leary, no tratamento do alcoolismo e em sessões de psicoterapia com pessoas com depressão e transtornos psicóticos. A resistência contra o uso do LSD em tratamentos médicos se deu até 1990, mas de uns anos pra cá o uso vem ressurgindo.

 ⤷ Metanfetamina -  A metanfetamina foi criada pelo químico Akira Ogata, que adaptou a receita do químico Nagayoshi Nagai acrescentando fósforo vermelho e iodo, sintetizando cristais de metanfetamina. A empresa Burroughs Wellcome & Company foi responsável por produzir e distribuir a droga na Europa como tratamento psiquiátrico. Contudo, em 1934, a companhia farmacêutica alemã Temmler, começou a explorar o uso da metanfetamina, introduzindo um tablete da droga que foi nomeado, em 1939, de Pervitin, e foi vendido ao público como uma alternativa para aumentar a concentração e a vigília. Isso chamou a atenção de muitos soldados alemães, que chamavam o remédio de pílula Herman-Göring, em homenagem a Herman-Göring, o comandante-chefe da Luftwaffe, nome do exército aeronáutico alemão e nazista. Os japoneses também adotaram a metanfetamina com fervor, chamando-a de Philopon. Doses altas eram dadas aos pilotos kamikazes antes das missões. Em doses menores, a metanfetamina pode ser usada no tratamento de TDAH, distúrbio do sono e obesidade.


 De acordo com o site Hypescience, é possível incluir na lista mais quatro drogas aptas a serem utilizadas em tratamentos médicos. São elas:
 ⤷ Cogumelos Mágicos - De acordo com o site eCycle, os cogumelos mágicos são compostos por uma substância psicoativa nomeada Psilocibina. Pessoas que ingeriram a substância descrevem uma expansão da consciência e uma percepção diferente sobre o eu e o universo, como a sensação de unidade e interconexão. Um estudo publicado no Journal os Psychopharmacology mostrou que a psilocibina é capaz de reduzir os sintomas de ansiedade e depressão, trazendo uma sensação de bem-estar espiritual, diminuindo o sentimento de desesperança em pessoas com câncer e aumentando a qualidade de vida. Aliada ao suporte psicológico, a substância ainda ajuda no tratamento da depressão ao permitir a revivescência de sua capacidade de responder emocionalmente. Assim como o LSD, os cogumelos mágicos em menor dosagem são capazes de diminuir a frequência de crises de enxaquecas.

 ⤷ Cocaína - Era comercializada como medicamento nos EUA em 1882, e era utilizada no tratamento da depressão, dores de dente em crianças, dores na garganta, gota, e até mesmo no tratamento de dependência química de ópio. Inclusive, no ano de 1885, o farmacêutico John Pemberton criou a fórmula para um substituto sem álcool de um vinho chamado Vin Mariani, que era feito com extrato de folhas de Coca (a planta donde se é produzida a cocaína). Pemberton criou seu tônico com o nome de "French Wine Coca", que mais tarde foi reformulado e, em 1886, recebeu o nome de "Coca-Cola". O tônico era vendido por Pemberton como um remédio contra dor de cabeça e um estimulante, além de possuir um sabor agradável. A empresa Coca-Cola retirou a cocaína de sua bebida em 1903.

 ⤷ Heroína - Também conhecida como diacetilmorfina, esta droga nasceu em 1874, por Alder Wright, na intenção de ser um medicamento com melhor desempenho que a morfina. Ela pode ser usada para tratar dor extrema em pacientes com câncer nos ossos, além de ser vista como um dos analgésicos mais eficientes e seguros de serem usados medicamente. Heinrich Dreser, pesquisador da empresa farmacêutica Friendrich Bayer & Company, se interessou pela droga e a viu como potente no alívio da dor, passando a ser vendida em 1898 como um antitussígeno, ou seja, um remédio que auxilia no alívio da tosse. Dreser descreveu o medicamento como uma "droga heroica", e assim a diacetilmorfina recebeu pela Bayer o nome comercial de "Heroína", e o remédio assim passou a ser amplamente utilizado em todo o mundo.

 ⤷ Anfetamina - Esta droga foi criada pelo químico Nagayoshi Nagai em 1887, e foi comercializada pelos laboratórios Smith Kline e French como um descongestionante nasal. O objetivo para sua criação era servir de alternativa para o tratamento da asma e de congestões de vias respiratórias. As anfetaminas, na década de 60, eram recomendadas às pessoas que buscavam emagrecer, e também no tratamento da esquizofrenia, depressão, esclerose múltipla, lesões cerebrais e disfunção sexual.

 Como podem ver, existem uma quantidade considerável de drogas ilícitas cujo uso, prescrito por um médico, testado devidamente por um cientista e analisado meticulosamente pelas organizações e programas mundiais e nacionais voltados à saúde podem sim ser inseridas na sociedade de forma legal.


 Como um contra liberação, eu penso que casos de morte por overdose acabariam aumentando drasticamente, já que pessoas que utilizassem das drogas "medicinais" poderiam consumi-las aos montes propositalmente, em tentativas de suicídio, ou ocasionalmente, em festas e baladas.
 Pense bem, se com as drogas que são legalizadas já há tantos casos de pessoas em tratamento que se entopem de remédios e morrem por isso, vocês acham mesmo que com a liberação isso não aumentaria?
 E se um homem, ao invés de receber prescrito pelo médico um remédio genérico para ajudar com seu distúrbio de sono, recebesse de forma prescrita o uso de metanfetamina em seu tratamento? E se ele abusasse do uso? E se ele se viciasse no "remédio"? Isso já acontece hoje em dia com remédios comuns, mas pode piorar se drogas ainda mais potentes virarem remédio e forem legalizadas.
 Além disso, ainda temos como exemplo vários e vários brasileiros que se perdem no mundo das drogas e acabam parando em lugares decadentes, como um exemplo brasileiro temos a Cracolândia, a ilha dos viciados. Pessoas que acabaram com a própria família para alimentar seus vícios nas mesmas drogas que muitos querem que se tornem mais fáceis de se conseguir em qualquer lugar.
 Está em todos os lugares, nas esquinas do centro da sua cidade, em edifícios abandonados e depredados, na TV, no rádio, nas apostilas, no nosso dia a dia... em todos os lugares vemos exemplos de pessoas que se perderam no mundo por culpa das drogas e que acabaram sendo esquecidas por todos.


 Já que falamos tanto da parte boa sobre as drogas, vamos falar agora da parte ruim. De acordo com um artigo escrito em 2019 por Juliana Krapp no site oficial da FIOCRUZ, "[...] Os jovens brasileiros estão consumindo drogas com mais potencial de provocar danos e riscos, como o próprio crack. Além disso, há uma tendência ao poliuso (uso simultâneo de drogas diferentes).
 De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas, artigo disponibilizado em 2021 pela UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime - "Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes"):
 → Cerca de 275 milhões de pessoas usaram drogas ao redor do mundo naquele ano.
 → Mais de 36,3 milhões destes usuários de drogas sofreram de transtornos associados ao uso de drogas, são 13% do número total de pessoas..
 → 42% das pesquisas feitas com profissionais da saúde de 77 países afirmaram que o consumo da cannabis aumentou durante a pandemia.
 → Entre 2010 e 2019, o número de usuários de drogas aumentou 22% no planeta inteiro, em parte devido ao crescimento da população mundial.
 → É possível que até 2030 o número de usuários de drogas no planeta aumente 11%.
 → Mais de 11 milhões de pessoas consumem drogas injetáveis.
 → Os mercados de drogas da Dark Web, em apenas uma década de seu surgimento, lucraram anualmente $315 milhões de dólares, a tendência é de crescimento, com um aumento de quatro vezes de 2011 a 2017 e de 2017 a 2020.


 Agora, vamos falar sobre os malefícios das exatas drogas que foram apresentadas anteriormente:
 ⤷ MDMA - O ecstasy é uma substância alucinógena que apresenta propriedades estimulantes. Ele dificulta a eliminação de líquidos, o que acaba gerando o acúmulo de água e drogas no corpo. O uso de MDMA ainda pode acarretar em uma hipertermia maligna, que é o aumento excessivo da temperatura corporal, além de acelerar os ritmos cardíacos e aumentar a pressão arterial, podendo levar ao rompimento dos vasos sanguíneos e hemorragias internas. O ecstasy pode também causar lesões hepáticas e amolecer ou aumentar o fígado, podendo evoluir para uma hepatite fulminante e causar a morte do usuário. O uso do MDMA está ligado à realização de atividade física, como a dança, sendo bastante consumido em festas. Seus efeitos também incluem desorientação, vertigens, dores de cabeça, fadiga, cãibras e desmaio. Conhecido também como "bala", a droga pode causar perda de memória verbal e visual, dificuldade de tomar decisões, ataques de pânico, depressão profunda, paranoias, alucinações, despersonalização, impulsividade, perda do autocontrole e morte súbita por colapso cardiovascular.

 ⤷ Cetamina - A ketamina é um anestésico geral utilizado em procedimentos cirúrgicos. Devido seus efeitos alucinógenos, a substância é utilizada também como droga recreativa. Seu uso pode causar vários danos à saúde, além de causar apagões que deixam o usuário vulnerável ao perigo. A ketamina é uma das drogas utilizadas na produção do Boa Noite Cinderela, um coquetel manipulado por criminosos para roubar, sequestrar ou violar suas vítimas. A droga ainda pode dificultar a mobilidade do usuário, causando taquicardia e pressão alta, assim como náusea, vômito, torpor, depressão, amnésia, alucinações e problemas respiratórios fatais. Usuários ainda alegam que ao consumir a ketamina em altas doses, pode acontecer o "K-Hole", um efeito descrito por dar a sensação de estar fora do corpo, uma espécie de quase-morte.

 ⤷ Maconha - Pode trazer uma sensação de angústia, atordoamento, ansiedade e medo de perder o autocontrole, com tremores e sudorese (transpiração em excesso). Há uma perturbação na capacidade de calcular o tempo e o espaço, assim como uma dificuldade de prestar atenção, junto a um prejuízo da memória. Em doses maiores, a cannabis pode trazer delírios e alucinações. O uso constante da droga pode interferir na capacidade de memorização e aprendizagem. É possível a ocorrência de diminuição da motivação, que pode acarretar na síndrome amotivacional, onde o usuário não sente vontade de fazer mais nada, e tudo perde importância. Há a vermelhidão nos olhos que é chamada de hiperemia conjuntival, diminuição da saliva, taquicardia, problemas respiratórios por conta da fumaça que irrita a garganta. Pode causar infertilidade em homens por diminuir até 50% ou 60% a produção de testosterona. Quando o usuário de cannabis a consome, pode acontecer a "bad-trip", um efeito que dá sensações fisiológicas e psicológicas angustiantes e desconfortáveis.

 ⤷ LSD - Seu uso pode ter como efeito: distorções perceptivas (de cores, formas e contornos alterados, fusão dos sentidos (como a impressão de que os sons possuem forma ou cor), perturbação na capacidade de calcular o tempo e o espaço (minutos parecem horas e metros parecem quilômetros), alucinações (visuais ou auditivas que podem amedrontar o usuário), estados de exaltação (como muita ansiedade, angústia e pânico) e delírios que podem fazer o usuário não compreender o certo e o errado. Pessoas que usaram LSD afirmam terem experimentado sensações de ansiedade intensa, depressão e quadros psicóticos de longo período. Pode ocorrer flashbacks mesmo após semanas ou meses depois de consumir a droga, podendo apresentar repentinamente todos os efeitos psíquicos da droga sem nem sequer tê-la usado novamente. Após o uso do LSD, ocorre aceleração do pulso, dilatação pupilar e risco de convulsão.

 ⤷ Metanfetamina - A metanfetamina faz parte das anfetaminas, sendo um estimulante cerebral que, caso consumido de forma prolongada, pode acarretar em ansiedade excessiva e transtornos de personalidade. No Brasil, ela também recebe os nomes "speed", "rebite", "ice", "glass" e "cristal". Pode ser muito encontrado em raves, danceterias e baladas. As mentanfetaminas são muito utilizadas por motoristas de caminhão que usam a droga para aliviar o grande cansaço após horas dirigindo. Alguns estudantes a usam em épocas de exames difíceis para assim poderem passar a noite estudando. A droga possui forte potencial de viciar o usuário, agindo primeiramente como estimulante e viciando de forma rápida e devastadora, dando a sensação de que os problemas só aliviarão com o aumento do consumo. As metanfetaminas também são utilizadas para perder peso, mas caso o uso seja interrompido, o usuário pode voltar a engordar, criando um ciclo-vicioso que pode acarretar no efeito-sanfona. O uso indevido e prolongado da droga pode provocar lesões cerebrais irreversíveis, aumentando o risco de convulsões, overdoses e tendências suicidas. Ela cria uma falsa sensação de alegria, bem-estar, autoconfiança e felicidade. O usuário pode apresentar euforia repentina, hiperatividade, insônia, fala acelerada e redução do apetite, assim como irritabilidade, prejuízo do julgamento, sudorese intensa, calafrios e extrema sensação de onipotência. Por conta do efeito altamente energético no corpo, ocorre a falta de energia e depressão após o término do efeito, fazendo o usuário usar a droga novamente.

 ⤷ Cogumelos Mágicos - Seu uso causa alucinações e delírios, além de acarretar na sociabilização e na  velocidade de pensamento. Em altas dosagens, o usuário pode perder total contato com o mundo ao seu redor, e quando misturado à comida e bebida pode causar envenenamento por fungos. Causa efeitos de secura na boca, ataxia, euforia, perda de equilíbrio, alterações de humor, baixa na pressão arterial, irritabilidade, convulsões, vertigem, tontura, confusão mental, náusea e alteração mental na percepção, além de ser capaz de levar o usuário ao coma. Os efeitos podem surgir vinte minutos após seu uso, podendo perdurar por horas. Seus efeitos são mais fracos que os do LSD, mas ainda assim prejudicam demais a saúde, trazendo dor no corpo, alterações cardiorrespiratórias e vômito. O consumo de cogumelos mágicos pode agravar o estado de transtornos já presentes no usuário ou desenvolver novos. A "bad-trip" também pode surgir com o uso dos cogumelos, fazendo o usuário sofrer alucinações associadas ao luto, traumas e medos. O consumo excessivo pode levar a uma overdose, incapacitação e morte.

 ⤷ Cocaína - Pode ser consumida em pó (chamado cloridrato de cocaína) por aspiração ou diluição (que é feita para poder injetar a droga na veia); em base (chamada crack) através do fumo; ou em pasta (chamada merla ou pasta de coca) também por fumo. A cocaína possui efeitos anestésicos de início rápido e duração breve, contudo, quando experimentada por via intravenosa ou fumo os efeitos se tornam mais intensos. Após seu uso, o usuário sente intensa euforia e poder, assim como excitação, hiperatividade, insônia, falta de apetite e perda da sensação de cansaço. Em forma de crack, a droga causa dependência severamente rápido. Em doses altas, ocorrem efeitos como irritabilidade, agressividade, delírios e alucinações, que podem caracterizar uma espécie de psicose cocaínica, um estado psicótico causado pela cocaína. Há também aumento da temperatura corporal e ocorrências de convulsões que podem levar à morte, além de dilatação pupilar, elevação da pressão arterial e taquicardia.

 ⤷ Heroína - É usada por conferir ao usuário uma sensação de bem-estar, euforia e alívio da dor. Ao usar a heroína a pupila se dilata, ocorre diminuição da motilidade do trato gastrointestinal (que pode causar dor abdominal pós-prandial, distensão abdominal, náusea, vômito e saciedade precoce), sente-se um efeito sedativo, o usuário se torna incapaz de se concentrar, sente-se um torpor e muita sonolência, a respiração também fica mais lenta e superficial, até chegar à parada respiratória, daí vem a perda da consciência e a morte.

 ⤷ Anfetamina - Os efeitos desta droga são: diminuição do sono e do apetite, sensação de maior energia e menor fadiga, rapidez na fala, dilatação da pupila, taquicardia e elevação da pressão arterial. Em doses altas, a anfetamina pode causar irritabilidade, agressividade, delírios persecutórios (quando o usuário pensa estar sendo perseguido), alucinações e convulsões. São frequentes os relatos de sintomas depressivos, como falta de energia, desânimo e perda de motivação, que podem se intensificar com a interrupção do uso das anfetaminas.


 Agora que já apresentei os dados para apoiar minhas ideias pró e contra a liberação das drogas, quero mostrar algumas curiosidades.

➭ Países que Legalizaram as Drogas
 ⤷ Uruguai - Em dezembro de 2013, o Uruguai foi o primeiro país a legalizar a venda, o cultivo e a distribuição da maconha. De acordo com a lei sobre drogas que foi aprovada, qualquer pessoa com mais de 18 anos poderá comprar até 40 gramas de maconha por mês, diretamente com o governo, em farmácias autorizadas! Uma outra alternativa para obter a droga é se tornar membro de um dos clubes de cultivo que estão sendo criados no país. A lei permite a qualquer uruguaio plantar até seis mudas da cannabis por ano. Caso o estabelecimento for reconhecido por lei, o limite de cultivo sobe para 99 mudas anuais, tendo o usuário que se inscrever no cartório correspondente à alternativa escolhida. Tudo deverá ser controlado pelo Instituto de Regulação e Controle da Cannabis. A lei não se aplica aos estrangeiros, que também não podem atravessar as fronteiras do país com a droga. O Uruguai planeja abrir seu mercado de maconha para os turistas no objetivo de afastar os estrangeiros das vendas nas ruas e aproximá-los do mercado regulado. Contudo, uma estimada maioria dos usuários de maconha continua a adquirir a droga através do mercado não-regulamentado.

 ⤷ Estados Unidos - A lei federal dos EUA proíbe a maconha em grande parte do território norte-americano. Contudo, dos 50 estados do país, 35 legalizaram o uso da maconha medicamente, enquanto 16 dos 35 estados legalizaram seu uso recreativo. Em Washington e no Colorado, o uso e o cultivo da droga, quando para consumo próprio, é liberado há quase dez anos. Com permissão estadual, é possível até mesmo comercializar a droga. Um relatório do Cato Institute descobriu que em 2020 a indústria da maconha legal criou 77 mil empregos nos EUA e ainda gerou uma receita de, em média, atinge 20 milhões de dólares mensais para os estados que legalizaram a erva.

 ⤷ Bangladesh - Este país asiático é um dos únicos que permite o uso do ópio, um suco espesso extraído de frutos imaturos de várias espécies de papoulas soníferas, sendo uma droga usada como narcótico. O consumo do ópio é uma tradição no país e nunca houve nenhuma lei que o proibisse, assim como nenhuma lei relacionada a essas drogas, o que revela que a posse, o uso e a venda são vistos com total indiferença pelo governo.

 ⤷ Coréia do Norte - Neste famoso país socialista e sob um governo ditatorial, a maconha não é considerada uma droga. Por essa razão, não há punição para o cultivo, o consumo e o comércio da erva. Contudo, a metanfetamina é considerada uma droga pesada e qualquer um que seja encontrado portando esta droga, mesmo que em pequenas quantidades, poderá sofrer punições rigorosas. A maconha, inclusive, é popularmente usada entre os soldados, para mantê-los prontos para batalhas.

 ⤷ Holanda - Todas as drogas são proibidas nos Países Baixos (como a Holanda é formalmente conhecida). É ilegal produzir, possuir, vender, importar e exportar drogas no país. Contudo, há uma certa tolerância no uso da cannabis em determinadas locais e em condições específicas. Na Holanda, existem estabelecimentos conhecidos como "Coffee Shops" (ou "cafeterias") onde a venda de maconha e haxixe para consumo pessoal é tolerada pelas autoridade locais. Nestas cafeterias, é permitida a venda de até cinco gramas da cannabis para cada pessoa por dia, sendo assim, a posse dessa quantidade da erva é permitida. Os Coffe Shops não podem servir bebidas alcoólicas, pois aí entraria como poliuso (uso consecutivo de mais de duas drogas) o que facilitaria a ocorrência de overdoses. Anúncios de cafeteria ou drogas são proibidos, assim como manter mais de 500 gramas de drogas leves no estoque dos estabelecimentos. Novamente, como vimos no caso do Uruguai, estrangeiros não tem permissão para comprar a droga no país. 57% dos estrangeiros que viajam à capital holandesa consideram conhecer tais cafeterias um motivo muito importante de sua visita. O governo holandês diz que a maconha, assim como outras drogas, é tolerada no país, mas não legalizada. Ainda assim, seu uso descriminalizado se fez em 1976.

 ⤷ Jamaica - Localizado na América Central, o país permitem o cultivo de até cinco plantas da cannabis, sendo seu consumo legalizado em residências particulares e dispensários licenciados. O país não reprime muito aqueles que fazem uso da erva, permitindo a posse de pequenas quantidades desde 2015, e liberada para uso medicinal desde 2018. Pessoas pegas com menos de cerca de 50 gramas de  maconha não são presas nem adquirem ficha criminal, mas devem pagar uma pequena multa, a menos que apresentem receita médica. No país, é permitido fumar a erva para fins religiosos também, onde a famosa "ganja" se torna um elemento primordial em muitos rituais rastafári. Os seguidores desta religião podem fumar uma quantidade ilimitada da droga para fins sacramentais, a ganja vista como uma erva que corresponde à sabedoria, muito utilizada em meditações para aproximar os praticantes de seu eu espiritual.

 ⤷ Portugal - No ano de 2001, Portugal se tornou um dos primeiros países europeus a descriminalizar a maconha. Apesar de não ser exatamente legalizado, o consumo da droga não resulta em cadeia, mas pode ocorrer uma internação obrigatória em uma clínica de reabilitação, o que ocorre apenas caso o indivíduo for pego com maconha várias vezes pela polícia local. O plantio e a venda de qualquer tipo de droga ainda são penalizados pelo governo português. Quem não tiver receita para comprar maconha medicinal, poderá ser preso por tráfico ilegal.

 ⤷ Suíça - No ano de 2013, o consumo da maconha no país foi descriminalizado. De acordo com a nova lei, qualquer pessoa que tenha mais de 18 anos pode portar até dez gramas da erva, quando excedido o limite posse ninguém é preso, apenas multado. Contudo, assim como em Portugal, o plantio e a venda de maconha são proibidos pela lei federal.

 ⤷ Espanha - O consumo da maconha no território espanhol é considerado crime quando feito em lugares públicos. Contudo, quando em ambientes privados, o consumo é permitido, assim como seu plantio que é aceito pela justiça espanhola. Diversos clubes foram criados em diferentes cidades do país, no intuito de se tornarem pontos de encontro e reunião entre usuários da erva, que a consomem em lugares fechados. A comercialização da droga, no entanto, é um crime passível de prisão.

 ⤷ Canadá - Em 2018, o uso recreativo da maconha foi legalizado em solo canadense. Houve um aumento de 1% no consumo diário da erva entre todas as faixas etárias. Entre os adolescentes, houve um aumento de 3% no consumo diário. A legalização no país gerou uma redução no número de prisões por posse de cannabis. Em 2018, antes da legalização entrar em vigor, a polícia canadense registrou 26.402 casos de porte; já em 2019, após a legalização entrar em vigor, o número caiu para 46, de acordo com a Statistics Canada. Contudo, o porte de mais de trinta gramas de maconha continua sendo crime no país.

 ⤷ Geórgia - Em 2018, o país legalizou o uso recreativo da maconha, eliminando as penalidades criminais para o uso da maconha e introduzindo uma legislação que permite a exportação da erva.

 ⤷ México - Em março de 2018, a Suprema Corte do México descriminalizou o uso recreativo privado da cannabis por adultos. A venda da erva, no entanto, é ilegal no país.

 ⤷ Tailândia - Em junho de 2022, passou a ser legalizado o cultivo e o consumo de maconha em solo tailandês. Lá não há mais penas de prisão para quem usa maconha, mas sim por fumá-la em público ou por cultivar e vender a erva sem aprovação do Escritório de Alimentos e Medicamentos. A cannabis agora é usada em muitos cantos da gastronomia tailandesa, seja em sorvetes, ou servindo de adorno para pratos clássicos, receitas de smoothies, frangos assados com maconha, e muito mais. A nova lei legaliza praticamente tudo relacionado à cannabis.


➭ Países com penas gravíssimas

 ⤷ Malásia - Neste país asiático, quem for encontrado com mais de sete gramas de maconha ou quatorze gramas de heroína é condenado à morte. Isso acontece devido estas serem as quantidades que configuram o crime de tráfico no país. Sob posse de pequenas quantidades, o usuário ainda pode ser punido com prisão ou multas. A posse de drogas é ilegal em solo malaio.

 ⤷ China - Em 2007, cerca de 470 pessoas foram executadas no país por crimes relacionados às drogas. O tráfico e produção de drogas em solo chinês é punido com pena de morte ou prisão perpétua. O porte de pequenas quantidades de qualquer tipo de droga pode resultar em internação obrigatória em uma clínica de reabilitação pública. 

 ⤷ Vietnã - Se um usuário for flagrado com mais de 1,3 kg de heroína, ele automaticamente será encaminhado à execução. Em solo vietnamita, se a quantidade em posse for menor, ou o usuário for encontrado com qualquer outro tipo de droga, ele será mandado a centros de reabilitação criados pelo governo. Nesses lugares não há tratamentos médicos ou psicológicos, sendo os internados submetidos a torturas e  trabalho escravo, recebendo duras lições disciplinares.

 ⤷ Arábia Saudita - Em solo árabe, o porte e a venda de drogas lícitas e ilícitas são estritamente proibidos. Pessoas sob posse destas substâncias podem ser punidas com multas, prisões, açoitamento público ou morte. Traficantes são punidos com decapitação pública, assim como os estupradores. Já o porte e o consumo podem ser punidos geralmente com prisões e açoitamentos.

 ⤷ Cingapura - Em solo singapuriano, o crime de tráfico pode ser punido com a morte, sem necessário, para que se configure como tráfico, que o indivíduo seja pego com pelo menos dezessete gramas de maconha ou quatorze gramas de cocaína ou heroína. A execução geralmente é feita por enforcamento. De 1991 a 2004, cerca de 400 pessoas foram condenadas à forca por tráfico de drogas no país.

 ⤷ Indonésia - Ser pego com pequenas quantidades de maconha pode levar a 20 anos de prisão. Quando é configurado porte e consumo de qualquer outra droga, a pena pode chegar a 12 anos de prisão. Em solo indonésio, caso o indivíduo seja acusado de tráfico de drogas, a punição é a morte por fuzilamento.

 ⤷ Emirados Árabes Unidos - Em solo emiradense, o porte de drogas pode levar a uma pena de quatro anos de prisão. Houve um caso de um britânico que recebeu esta pena por ter pisado em algum lugar que anexando 0,003 grama de maconha na parte de baixo da sola de seu sapato.


➭ Dados da UNODC
 ⤷ De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas feita pela UNODC (lançado em 27 de junho de 2022), 284 milhões de pessoas - de 15 a 64 anos de idade - usaram drogas em 2020 (26% a mais do que dez anos antes).
 ⤷ Na África e na América Latina, pessoas com menos de 35 anos representam a maioria das pessoas em tratamento devido a transtornos associados ao uso de drogas.
 ⤷ O relatório estima que 11,2 milhões de pessoas no mundo injetaram drogas em 2020.
 ⤷ A legalização da cannabis na América do Norte provocou um aumento no uso diário da substância e de outras ainda mais potentes, principalmente entre os jovens adultos. Houve também um aumento no número de pessoas com distúrbios psiquiátricos, suicídios e hospitalizações.
 ⤷ A produção de cocaína cresceu 11% em relação a 2019, chegando a 1.982 toneladas em 2020.
 ⤷ As apreensões de cocaína aumentaram para 1.424 toneladas em 2020.
 ⤷ Quase 90% da cocaína apreendida globalmente em 2021 foi traficada em contêineres por vias marítimas.
 ⤷ O tráfico de metanfetamina se expandiu geograficamente. De 2006 a 2010, oitenta e quatro países relataram apreensões de metanfetamina. De 2016 a 2020, cento e dezessete países relataram apreensões da droga.
 ⤷ De 2010 a 2020, as quantidades de metanfetaminas apreendidas quintuplicaram.
 ⤷ A produção mundial de ópio cresceu 7% de 2020 a 2021, equivalendo a 7.930 toneladas. Nesse mesmo período, a área mundial da papoula do ópio caiu 16%.
 ⤷ Em muitos países da África e da América do Sul e Central, a maior parte dos pacientes em tratamento por uso de droga desencadearam transtornos devido ao uso da cannabis.
 ⤷ Já no leste e sudeste da Europa e da Ásia Central, os opioides são os responsáveis pelo grande número de pessoas em tratamento médico devido a transtornos psicológicos.
 ⤷ Nos EUA e no Canadá, o número de mortes por overdose chegaram a mais de 107 milhões em 2021, enquanto que em 2020 foram registradas 92 mil mortes por overdose. Grande parte destas mortes é associada ao uso não medicinal de fentanil, uma substância conhecida por ser o opioide mais potente do mundo, sendo cem vezes mais forte que a morfina.
 ⤷ As apreensões de metanfetaminas cresceram 7% na América do Norte, 30% no sudeste asiático e 50% no sudoeste asiático.
 ⤷ O relatório ainda destaca a possibilidade de florescimento das economias de drogas ilícitas em situações de conflito e onde o Estado de direita é fraco.
 ⤷ Descobertas apontam que a emissão de carbono do cultivo de cannabis internamente é em média dezesseis a cem vezes maior que a do cultivo de cannabis externamente. Além disso, a emissão de um  quilo de cocaína é trinta vezes maior que a das amêndoas de cacau.
 ⤷ Ainda há como impactos ambientais o desmatamento substancial associado ao cultivo ilegal da coca, o despejo de resíduos tóxicos gerados durante a fabricação de drogas sintéticas que podem afetar diretamente o solo, a água e o ar, assim como organismos, animais e a cadeia alimentar indiretamente.
 ⤷ As mulheres representam cerca de 45-49% dos usuários de anfetaminas e estimulantes farmacêuticos, opioides farmacêuticos, sedativos e tranquilizantes. De acordo com o relatório, o número tende a aumentar e progredir mais rapidamente do que os homens em relação aos transtornos causados pelo uso de drogas.
 ⤷ As mulheres ainda desempenham uma ampla gama de papéis na economia global da cocaína, incluindo o cultivo da coca, o transporte de pequenas quantidades de drogas, a venda aos consumidores e o contrabando para as prisões.
 ⤷ Um estudo realizado pelo ITTC (Instituto Terra, Trabalho e Cidadania) mostrou que 22 dos 36 países que adotaram leis mais tolerantes com usuários de drogas sofreram com o aumento do número de presidiários.
 ⤷ Dos 15 países americanos, 11 tiveram aumento do encarceramento após adotarem políticas tolerantes com usuários de drogas. São eles: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, México, Paraguai, Peru e Venezuela.
 ⤷ Dos 21 países europeus, 11 tiveram aumento no número de presos. São eles: Bélgica, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal e Reino Unido.
 ⤷ A Lei de Drogas do Brasil foi responsável pelo aumento da população carcerário no Brasil, que saltou de 400.000 para 600.000 presos, segundo dados do Depen (Departamento Penitenciário Nacional).
 ⤷ Embora se costume dizer que Portugal legalizou todas as drogas (incluindo maconha, heroína e cocaína) desde 2001, a verdade é que usuários de drogas são encaminhados para Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência (CDT), nas quais são propostas intervenções médicas simples, tratamento, multa ou nenhuma intervenção, dependendo do caso. Dessa forma, é possível dizer que Portugal não legalizou as drogas, mas sim operou a descriminalização das drogas, tornando a posse uma infração de intervenção e tratamento, ao invés de prisão (aliás, a venda continuou criminalizada).
 ⤷ A Holanda, a capital das drogas na Europa Ocidental, se transformou em um imã para criminosos. Cerca de 80% da heroína usada ou vendida na França e na Grã-Bretanha foi estocada na Holanda.
 ⤷ Houve um aumento das taxas de uso e dependência e o aumento das taxas de internação por uso descontrolado de maconha na Holanda.
 ⤷ Desde 2011, a política holandesa sobre drogas tem sido alterada, com o banimento de turistas em coffee shops de algumas cidades holandesas e a reclassificação do skunk como droga pesada.
 ⤷ Sobre o Uruguai, segundo levantamento de 2017, a legalização não implicou em uma redução dos números relacionados ao tráfico, sendo que o número de assassinatos pelos narcotráfico aumentou.
 ⤷ Houve ainda, um aumento de apreensão de maconha ilegal entre 2015 e 2016, podendo ser devido ao surgimento de um "mercado cinza", que desvia a maconha produzida em fazendas com autorização do governo para serem vendidas no mercado ilegal.
 ⤷ Um estudo de 2018, elaborado por especialistas de quatro universidades uruguaias e pelo Observatório Uruguaio de Drogas, relata que após a legalização da maconha, houve um crescimento de 66% de pessoas que usaram a erva.
 ⤷ Entre os adultos de 55 a 65 anos, o crescimento foi de 229%, seguido pelas faixas etárias entre 35 a 44 anos (144%) e as faixas entre 45 e 54 (125%).


 É bem nítido de que a maioria dos países que possuem alguma flexibilização, legalização ou descriminalização referente a drogas tiveram muitos fracassos, trazendo um aumento no número de usuários de drogas, um aumento de atividades criminosas facilitadas por essas leis pró-liberação e um aumento no número de distúrbios desenvolvidos ou agravados por conta das drogas liberadas. Há muitas pessoas que vão usar algum site que fale bem das drogas só para reforçar suas ideias e mostrar de que a liberação é um avanço nacional e internacional, mas na realidade não é bem assim (como vimos anteriormente).
 Ao invés de liberar as drogas, acredito que o mais nobre seria que cada edifício e casa abandonados, depredados e largados pelo governo fossem reformados para se tornarem um abrigo para pessoas viciadas e que buscam uma segunda chance. Antes de buscarem a liberação das drogas, pensem nas pessoas que perderam anos da própria vida por culpa dessas drogas que vocês querem liberar. Famílias que perderam seus irmãos, pais, mães e filhos por causa das drogas. Não é só uma brisa se com ela vem desejos, medos, angústias e aflições, isso é uma tempestade.

 Bom, essa é a minha opinião sobre as drogas e como eu imagino que seria se no Brasil elas fossem legalizadas. Não hesitem em expor suas opiniões, elas são essenciais para a criação de debates e conversas saudáveis sobre o tema.
 Obrigado por aguentarem todos os parágrafos, e até a próxima!

"Se você pode parar por um dia,
Você pode parar por toda a sua vida."
- Benjamin Alire Sáenz

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