De Imagem a Poesia #7

Luminária

Eu me lembro...

Das vezes em que deitei no chão do quarto,

E deixei as luzes da luminária preencherem todo o espaço

Com as cores do universo.

Eu vi todo o meu passado,

E todo o meu futuro.

Eu ainda pude ver as as estrelas,

Anunciando que um dia chegaria a dançar nas nebulosas.

Todos os mundos que existem,

Interligados pela fé e pela magia

Se tornaram reais

Em meio a todo aquele caos.

Eu criei o meu mundo à partir do pó das fadas,

Pois não aguentava todo o fardo

De ter que viver no mundo real,

Em um mundo de dor.

Eu fiz a minha própria ponte para meus devaneios,

E atravessei por um caminho sem volta,

Pois a magia é para todos,

Mas nem todos são para a magia.

Refiz meus passos pelos meus erros antigos,

As vezes que desperdicei a oportunidade de ser livre

Para sonhar finalmente com o meu paraíso,

Com meu maravilhoso mundo encantado.

Entreguei meu corpo à visão,

Ao leve bater dos sinos despertei-me das trevas

E me purifiquei de todo o mal que acumulei

Durante anos nessa mesma estrada.

Descobri coisas sobre mim que nunca imaginei um dia saber,

Meu passado, meu jeito de ser e minha fisionomia,

Um conjunto de qualidades e defeitos

Que me fizeram alguém tão único quando um fio vermelho.

Não há sensação mais adorável do que ser tocado

Pelas pálidas mãos do inverno,

E aquecido pelo acolhedor abraço do verão,

Quando as lágrimas começam a secar.

E eu continuo deitado no chão,

Tentando alcançar a tua luz, pois é o que há de mais adorável.

O escudo que eu criei, o que me protege até hoje

São as belas e póstumas rosas negras em meu coração.