Vias Tortas
Pendurado em vias tortas
O seu amor.
Mas que droga eu não sei,
Se eu te espero bem na sua porta,
Ou se fujo, e corro, misturo-me aos curumins de cor azul.
A flor de jasmim,
Que desce, dança, pede, lança o teu cheiro,
Carmesim, em mim.
Ator que atua nas linhas de tua boca,
Fingindo sorriso a toa,
Sem lembrar, que chorar é bom, que chorar não é o fim.
Eu lembro, do teu cheiro,
Teu jeito maconheiro, sujando a cama.
Aquela guima bem jogada
Perfumando todo o seu quarto.
O moedor que gira, gira, gira, gira e moe,
A erva fina de tuas cicatrizes.
As marcas de batalha,
As histórias na jangada dos teus sonhos mais lúcidos.
Aqueles cortes em tuas coxas,
Toda dor, que luta ou morra dia a dia em Boderline.
As suas crônicas, icônicas, verônicas de paz,
Acalma a tua onça.
A conta das tuas lágrimas descendo e caindo em meu colo,
Onde estava você, deitado a chorar.
O dia todo pensava que tu não ias morrer,
Mas não adiantou nada.
E quando a dama entrava e girava a sua saia,
Elogiava, oh, elogiava a cor da samambaia e flor de filha de Gaia.
Um passado sombrio esconde,
Esconde-se na fumaça que sai de tua boca.
Pois então mande, conte o que escondes,
Mesmo que não lembre o ontem porque estou chapado demais.
Então eu vi, a mensagem de tua ida.
Como seria mais a vida, sem tu, oh, paisagem tão linda.
Eu chorei, eu chorei, tentei te ignorar,
Nunca mais te encontrei.
Não pude evitar,
Alguém vem me salvar?
Estou afundando e ando e ando e ando,
Até as umbras deste mar.
E como você levou minha estrela,
Amuleto sem teia, amor na minha veia que pulsa em seu pescoço.
Eu quis, beijá-lo mais uma vez,
Um amor secreto. Desfeito por números, eu hei de lutar.
Tentei me esconder,
Quantas vezes me arrependi.
Não te ter por perto,
E ter que te ver partir.
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