Pílulas
Eu vivo esperando o dia em que não valerá a pena viver.
Eu sempre me olho no espelho pensando ver alguém com um reflexo
mais bonito.
Eu sempre me renego a fingir sempre ver e ser,
Quando ninguém mais se importa com o que eu penso nesse recinto.
Eu sempre me esqueço daquilo que sempre me fez feliz.
E sempre me lembro das vezes em que você me fez chorar.
Eu sempre me lembro de como meu coração se dissolveu como giz,
E você fez tudo ao meu redor congelar e congelar.
Você acha que viver é algo bom?
Eu tomo pílulas para achar que isso
é verdade.
Eu vejo asas de helicóptero em
borboletas,
Acho que a loucura é o meu melhor
estilo de liberdade.
Quantas pílulas você já tomou hoje?
Suas lembranças estão guardadas em
um baú sem chave.
Morte, memória, perfeição, sanidade,
Paz, controle, beleza, verdade.
Quais dessas mata mais rápido?
Cabelos castanhos brilhando como ouro,
O sino bate em badaladas durando a noite toda.
E os fogos de artifícios se explodem e formam códigos,
E você
sempre ocupada levando sustos imbecis como uma louca.
Tente me
encontrar embaixo daquela ponte,
Onde nos entrelaçamos
pelo concreto.
Cheios de
marcas do nosso amor secreto,
Que se
revelava com palavras de ‘Eu te amo’.
Vamos morrer de colapsos e AVCs.
Vamos renascer onde
todos têm as pílulas como último recurso.
Vamos morrer, e você aí com seus ABCs,
Vamos mostrar que nem sempre a morte escorre pelo pulso.
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