Divindades do fogo, das chamas e do calor (Parte 4)

Norea

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 Norea é uma divindade na cosmologia gnóstica. Algumas vezes ela é caracterizada como a sizígia de Adão e Eva, ou esposa de Noé, e filha de Adão e Eva. Norea é percebida no pensamento gnóstico como Sophia após a sua desgraça. Por um longo tempo, Norea foi conhecida pelo sumário de um livro chamado Noria no Panarion, de Epifânio de Salamis. De acordo com ele, os Borboritas identificaram Norea com Pirra, a esposa de Deucalião (um personagem grego parecido com Noé), por que nura significa "fogo" em siríaco. Ela queimou a Arca de Noé três vezes, então revelou como recuperar fagulhas roubadas através de emissões sexuais. Em outro trecho, Epifânio diz que os Setianos consideram Oraia como esposa de SethMais informação se tornou disponível desde a descoberta da Biblioteca de Nag Hammadi em 1945. Em Hipóstase dos Arcontes, Norea é a filha de Eva e a irmã caçula de Seth, ambos membros da raça pura. Os Arcontes decidem então destruí-lo com um Dilúvio, mas o seu líder, o maligno Demiurgo avisa Noé para que ele construa uma arca, que Norea tenta embarcar. Noé a impede e então ela explode a arca e a incendeia. Os Arcontes tentam estuprá-la, mas ela pede ajuda a Deus. O anjo Eleleth aparece e assusta os Arcontes antes de revelar as origens dela, ela é uma filha de DeusOutro texto de Nag Hammadi, o Pensamento de Noreaé um relato em primeira pessoa do clamor de Norea a Deus. Já o texto Sobre a Origem do Mundo direciona o leitor a consultar o Relato de Horaia e o Primeiro Livro de Horaia, um dos quais pode ser o mesmo Pensamento de Norea mencionado por Epifanius de SalamisNorea tem diversos nomes, incluindo Orea e Horaia, que significam "bela". Acredita-se que o nome derive de uma tradução de Naamah, um nome Hebreu que significa "agradável". O demônio Naamah é chamado de "jovem Lilith". Tanto Norea quanto Lilith clamam a Deus para evitar encontros sexuais indesejados.

Ovinnik

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 O Ovinnik é um espírito malévolo da casa de debulha no folclore eslavo. É propenso a queimar as casas de debulha ao pôr fogo nos grãos. Para aplacá-lo, camponeses ofereciam a ele galos e panqueca. Na véspera do Ano Novo, o toque de um Ovinnik determinaria suas fortunas para o Novo Ano. Um toque morno significava boa sorte e fortuna, enquanto um toque frio significava infelicidade.


Sumé

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 Sumé é uma antiga entidade da mitologia dos povos tupis do Brasil cuja descrição variava de tribo para tribo. Tal entidade teria estado entre os índios antes da chegada dos portugueses e lhes havia transmitido uma série de conhecimentos, como a agricultura, o fogo e a organização socialNas suas Cartas do Brasil, datas de 1549, o padre Manuel da Nóbrega descreveu algumas lendas dos índios brasileiros sobre uma entidade denominada Sumé. Tal divindade teria aparecido de forma misteriosa e se tratava de um homem branco, que andava ou flutuava no ar e possuía longos cabelos e barbas brancas. Sumé começou por ensinar ao povo da selva a arte da agricultura e depois habilidades como a de transformar mandioca em farinha e alguns espinhos em anzol, além de regras morais. Curava feridas e diversos males sem cobrar nada em troca. Tanta gentileza e poder assim despertou sobre si o ódio dos caciques, culminando com a recepção de Sumé a flechadas numa certa manhã, armas que misteriosamente retornaram e feriram de morte os arqueiros atiradores. Os índios também ficaram então espantados com a facilidade como tal forasteiro extraía as flechas e como de seu corpo não escorria sangue algum. Sumé ainda teria andado de costas para o mar até atingir as águas. A divindade teria desaparecido num voo sobre as ondas para nunca mais voltar. Quando Sumé foi embora, teria deixado uma série de rastros gravados numa pedra em algum lugar do interior do Brasil. Sumé teria tido dois únicos filhos, Tamandaré e Ariconte, que eram de diferente complexão e natureza e por isso um odiava mortalmente o outro.

Xangô

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 Xangô é o orixá da justiça, dos raios, do trovão e do fogo. Foi rei na cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odus obará e ejilaxebora e representado material e imaterialmente no candomblé através do assentamento sagrado denominado igba xango. Pierre Verger dá, como resultado de suas pesquisas, que Xangô, como todos os outros imolè (orixás e eboras), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino. Como personagem histórico, Xangô teria sido o quarto Rei de Oyo, filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian. Xangô teve três divindades como esposas: Oyá, Oxum e ObáXangô é o orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro. Castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de Xangô. Xangô é o Orixá do Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorum.

Ferônia

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 Ferônia é uma deusa da mitologia Romana, guardiã do calor vital, do fogo criador e do fogo subterrâneo. Os santuários erguidos em nome dessa deusa, tinham que ser construídos próximos de sua morada: vulcões e águas termais. Também é tida como Deusa das Fontes, Bosques e Florestas que circundam esses lugares típicos de energia quente. Nas celebrações, as pessoas caminhavam descalças sobre as brasas incandescentes de uma grande fogueira feita com pinheiros. O objetivo consistia em se purificar e alcançar a cura de alguma doença. E o faziam diante das preces dos sacerdotes. Depois, ofereciam-se frutas à Deusa colocando-as em volta das fogueiras em sinal de agradecimento. Entre os seus devotos, além dos iniciados, estava o povo humilde dos campos. O nome Ferônia significa levar, trazer, gerar, produzir. Para magnetizar uma planta vibrando amorosamente, com suas mãos impostas sobre ela, e depois oferecê-la a alguém. A simbologia deste ato está em colher mais tarde o que se plantar agora.

Tifão

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 Tifão é um gigante da mitologia a quem imputavam os gregos a paternidade dos ventos ferozes e violentos. É filho de Gaia e de Tártaro. No sincretismo com o mito egípcio de Osíris, Tifão era identificado com o gigante Seb, responsável pela seca do Nilo, e que por inveja da fecundidade daquele o matara, sendo vingado por seu filho Anúbis. Junto à esposa Equidna foi pai de vários dos monstros que povoam as aventuras de heróis e deuses, como o Leão de Nemeia, a Hidra de Lerna, a Esfinge, na fusão com os mitos nilóticos, dos cães Ortros e CérberoGaia, a Terra, para vingar a derrota de seus filhos pelos crônidas na Titanomaquia (Guerra dos Titãs), uniu-se a Tártaro, gerando Tifão, identificado como a personificação do terremoto e dos ventos fortes. Morava numa gruta, cuja atmosfera envenenava com vapores tóxicos. Era tão grande que sua cabeça tocava os astros celestes e suas mãos iam do Oriente ao Ocidente. Suas asas abertas podiam tapar o Sol, dos seus ombros saiam dragões, cinquenta de cada ombro no total cem. Ele era tão horrendo que todos o rejeitavam, até seus irmãos, os titãs. De sua boca cuspia fogo em torrentes, e lançava rochas incandescentes aos céus. A fim de dar cabo à vingança materna, Tifão começou a escalar o monte Olimpo provocando a fuga de todos os seus moradores. Os deuses se metamorfosearam em animais e fugiram para o Egito (razão pela qual os gregos davam aos seus deuses configurações zoomórficas). Apolo tornou-se um falcãoHermes um íbisAres um leãoÁrtemis uma gataDioniso um bodeHéracles um cervoHefesto um boi e Leto um musaranho. Apenas Atena teve coragem de permanecer na forma humana.   Do Egito, Zeus veio a se refugiar no monte Cássio, na Síria, local em que enfrentou o gigantesco inimigo. Dali atingia Tifão com seus raios mas este consegue derrubá-lo e, com uma harpe, cortou-lhe os músculos dos membros e deles fazendo um pacote que guardou numa pele de urso. Os raios e os membros amputados foram confiados a Delfim - um dragão - no antro córciro, na Cilícia. No ataque, Tifão invocara todos os dragões que, tantos eram, que escureciam o dia. Tendo perdido seus raios Zeus propusera a Cadmo que, disfarçando-se em pastor, fizesse uma choupana e, com o som de sua flauta, atraísse o monstro. Atraído pela música, Tifão se aproxima. Cadmo (noutros mitos teria sido Hermes) finge estar assustado com os raios e o monstro, para acalmá-lo, deixa os relâmpagos numa caverna onde Zeus, fazendo baixar uma nuvem para não ser percebido, recupera suas armas e músculos. De posse novamente de seus poderes, Zeus força Tifão a fugir para o monte Nisa onde as Parcas dão-lhe de comer, pois estava esfomeado, frutos que lhe diminuem a força. Ainda em fuga chega à Trácia onde pelo tanto do sangue derramado deu nome ao monte Hemos. Ainda perseguido, vai Tifão para a Sicília e depois Itália onde Zeus, concentrando todas as forças, fulmina todas as cabeças do monstro que cai sobre a terra com estrondo, morto.

Amithabha

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 Amitaba é um dos Cinco Budas da Meditação. É o buda principal da família de Lótus, da direção Oeste, de cor vermelha, que purifica o carma do desejo. O seu animal associado é o pavão e seu elemento, o fogo. Seu agregado é a percepção. Representa a sabedoria discriminativa dos budas. Sua consorte é Mamaqui, que representa a propriedade do que é sólido. Amitaba tem um especial comprometimento com a iluminação de todos os seres, sendo conhecido como o buda da transferência da consciência na hora da morte e da passagem pelo bardo, sendo objetivo dos que o cultuam alcançar a iluminação ou renascer na Terra Pura de Amitaba, onde se alcançaria a iluminação. No Tibete, é conhecido por Od Pagme e, no Japão por Amida Niorai, sendo o mantra do Buda Amida em japonês conhecido por nenbutsu, como contração de Namo Amida Butsu. Acredita-se que a repetição do nenbutsu leva ao renascimento na Terra Pura de Amitaba. A devoção ao renascimento na Terra Pura de Amitaba originou, no Japão, o budismo terra pura. Para os japoneses, Amida governa a região da felicidade, do céu e personifica a inteligência da prédica e a caridade no amor. Impõe, para o gozo da bem-aventurança, cinco prescrições: não matar, não roubar, não se entregar à libertinagem, não mentir e não ingerir substâncias entorpecentes ou alucinógenas. É representado ora com três cabeças e longas barbas, ora com uma cabeça de cão, montado em um cavalo de sete cabeças, ou ainda sentado, tendo as pernas cruzadas sobre um lótus. No budismo vajrayana, praticamente todas as divindades representadas na cor vermelha pertencem à família Lótus e, em geral, em sua iconografia, possuem uma pequena imagem do Buda Amitaba sobre suas cabeças, indicando serem uma emanação em relação a Amitaba.

Héstia

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 Héstia era a deusa virgem do lar, lareira, arquitetura, vida doméstica, família e estado. Filha de Cronos e Reia, era uma das doze divindades olímpicas. A ordem de nascimento de seus irmãos, segundo Pseudo-Apolodoro, é: Hera, Deméter, Ela, Hades e Poseidon. O próximo a nascer, Zeus, foi escondido por Reia em Creta, que deu uma pedra para Cronos comer. Higino enumera os filhos de Saturno e Ops como VestaCeresJunoJúpiterPlutão e Netuno, ele também relata uma versão alternativa da lenda, em que Saturno encerra Orco no Tártaro e Netuno em baixo do mar, em vez de comê-los. Cortejada por Posídon e Apolo, jurou virgindade perante Zeus, e dele recebeu a honra de ser venerada em todos os lares, ser incluída em todos os sacrifícios e permanecer em paz, em seu palácio cercada do respeito de deuses e mortais. Embora não apareça com frequência nas histórias mitológicas, era admirada por todos os deuses. Era a personificação da moradia estável, onde as pessoas se reuniam para orar e oferecer sacrifícios aos deuses. Era adorada como protetora das cidades, das famílias e das colônias. Sua chama sagrada brilhava continuamente nos lares e templos. Todas as cidades possuíam o fogo de Héstia, colocado no palácio onde se reuniam as tribos. Esse fogo deveria ser conseguido direto do sol. Quando os gregos fundavam cidades fora da Grécia, levavam parte do fogo da lareira como símbolo da ligação com a terra materna e com ele, acendiam a lareira onde seria o núcleo político da nova cidade. Sempre fixa e imutável, Héstia simbolizava a perenidade da civilização.   Em Delfos, era conservada a chama perpétua com a qual se acendia a héstia de outros altares. Cada peregrino que chegava a uma cidade, primeiro fazia um sacrifício à Héstia. Seu culto era muito simples: na família, era presidido pelo pai ou pela mãe. Nas cidades, pelas maiores autoridades políticas. Na Roma Antiga, era cultuada como Vesta (filha de Saturno e Cibele), e o fogo sagrado era o símbolo da perenidade do Império. Suas sacerdotisas eram chamadas vestais, faziam voto de castidade e deveriam servir à deusa durante trinta anos. Lá a deusa era cultuada por um sacerdote principal, além das vestais. Era representada como uma mulher jovem, com uma larga túnica e um véu sobre a cabeça e sobre os ombros. Havia imagens nas suas principais cidades, mas sua figura severa e simples não ofereceu muito material para os artistas.

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2 Comentários

  1. Como eu amo ler posts assim! Saber sobre mitologias e divindades é sempre tão encantador, ainda mais ligados a um elemnto tão poeroso da natureza <3

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    1. Tem razão! Sempre amei ler sobre todos os tipos de mitologias e quando se trata de falar sobre elas aqui no blog eu já até me animo! <3

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