Rosas de Halfeti #1: Dandara

"Não sou descendente de escravos,

sou descendente de seres humanos

que foram escravizados!"

- Makola Valdina

 Hoje, para estrear mais uma nova série aqui do blog, falarei sobre Dandara, a guerreira africana. Antes de começarmos, para quem não sabe que tipo de post é esse, Rosas de Halfeti é o nome da minha nova série em que, a cada post, eu falarei sobre a história de uma mulher negra diferente. O nome "Rosas de Halfeti" surgiu em homenagem ao único lugar no mundo onde existem rosas negras de verdade, Halfeti, uma pequena aldeia localizada na Turquia.

Veja: Vlog #2: Uma tarde emocionante... Só que não

Imagem de Jornal de Fato

 Dandara foi uma guerreira negra que viveu no período colonial do Brasil. Após ser presa, suicidou-se se jogando de uma pedreira ao abismo para não retornar à condição de escrava. Foi esposa de Zumbi dos Palmares e com ele teve três filhos. Sua figura é envolta em grande mistério. Descrita como uma heroína, Dandara dominava técnicas da capoeira e lutou ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas consequentes a ataques a Palmares. Não se sabe se Dandara nasceu no Brasil ou no continente africano, mas teria se juntado ainda menina ao grupo de negros que desafiaram o sistema colonial escravista por quase um século.

Imagem de Nossa Causa

 Dandara participava também da elaboração das estratégias de resistência do quilombo. Além de lutar, participava de atividades cotidianas em Palmares, como a caça e a agricultura. Os ataques ao Palmares teriam se tornado frequentes a partir de 1630, com a invasão holandesa. Segundo a narrativa em torno de Dandara, ela teria tido importante papel no rompimento do marido com seu antecessor, Ganga-Zumba, primeiro grande chefe do Quilombo de Palmares e tio de Zumbi. Em 1678, Ganga-Zumba assinou um tratado de paz com o governo de Pernambuco. Dandara, ao lado de Zumbi, teria sido contrária ao pacto por entender que se tratava de um acordo que não previa o fim da escravidão. Ganga-Zumba acabou sendo morto por um dos palmarinos contrários à sua proposta.

Imagem de Diário do Nordeste

 Ela ainda vive em todos que lutam por liberdade. Dandara foi a mais representativa liderança feminina na República de Palmares. Participou de todas as batalhas, de todas as lutas, de tudo que lá foi criado, organizado, vivido e sofrido. Sabe-se pouco sobre as suas origens: onde nasceu, de onde veio.

 O nome Dandara significa “princesa guerreira” ou “princesa negra”. Dandara será eternamente lembrada por seus feitos. Ela era um guerreira, uma mulher negra que lutou ao lado de homens e mulheres representando a força de todo o seu povo. Um espírito bravo com uma chama ardente, que preferiu tirar a própria vida do que se tornar uma escrava. Quando quiserem sentir a força de Dandara, clamem seu nome, em voz alta ou no sussurro de sua mente. Onde quer que esteja, a guerreira africana irá lhe ajudar e irá te dar forças para continuar.

 Espero que tenham gostado do post!

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