Pride To Be #15: LGBTQIAPD+ Is The New Marketing?

 Oi amigues!

 Sabemos que a comunidade LGBTQIA+ conseguiu finalmente conquistar seu lugar no mundo todo. Muita coisa mudou e ainda está mudando. Agora nós estamos muito mais fortes e não abaixamos a cabeça pro preconceito. Mas, junto com essa emancipação, vieram algumas coisas  "desconfortavelmente boas".

Marcas que apoiam a comunidade LGBTQIA+

 O Pink Money é conhecido como uma das melhores formas de se ganhar dinheiro. Esse é o nome dado ao dinheiro investido em assuntos LGBTQIA+ e se tornou um termo muito famoso entre a comunidade. Muitas organizações, artistas e produtos acabam focando em produzir coisas voltadas à comunidade, atraindo milhões de pessoas que nem pensam duas vezes em gastar seu dinheiro nesses produtos que as representam e representam também sua luta.

 Muitas pessoas fazem isso para mostrar seu apoio à comunidade, além de estar juntas na causa. Porém, nem todas as pessoas querem ajudar.

Alguns feitos de marcas pró-LGBTQIA+

 Muitas marcas evitam mostrar apoio à comunidade por causa dos consumidores que, muitas vezes, são conservadores e odeiam qualquer coisa associada à diversidade e ainda se juntam para boicotar tais marcas.

 Algumas marcas que já se posicionaram contra a comunidade LGBTQIA+ são: Riachuelo, Barilla, Centauro, Supermercado Hirota, Sapatos Victor Vicenzza, Sergio K, Dulce Gabbana, Purina, Cinemark e qualquer produto russo.

Imagem de Pausa Dramática

 Algumas marcas que já se posicionaram à favor da comunidade LGBTQIA+ são: Doritos, Skol, Coca-Cola, Avon, Nike, Ben and Jerry's, Tiffany e Co, Absolut, Mac, Adidas, Google, Starbucks, L'Óreal Paris, Apple, Natura, O Boticário, Lola Cosmetics, Netflix e McDonald's.

 É muito bom ver que há mais marcas à favor da comunidade do que contra. Felizmente, são pessoas que se desvencilharam do passado de morte e preconceito e abraçaram o presente, onde o respeito é a arma principal.

 É claro que não são só as marcas que acabam viralizando nas redes sociais por causa de seu posicionamento. Muitos artistas deram o que falar com algumas situações digna de capa de revista. O triste é ver que tais posicionamentos não são com o objetivo de apoiar a comunidade, mas sim para alavancar suas carreiras no mundo da música e da televisão.

Imagem de Twitter

 Um dos artistas que mais deu o que falar foi o cantor Nego do Borel, que com seu clipe "Me Solta", mostrou o quão decadente são esses artistas desesperados por fama e dinheiro. No clipe, o cantor incorpora um personagem semelhante a uma travesti. No decorrer do clipe, ele dança e canta fazendo gestos estereotipadamente afeminados. No final, o cantor beija um homem.

"Começando que o Nego do Borel é um cara hetero, se fantasiar de bicha já é desrespeitoso. Pensa em um branco pintando a cara de preto para imitar uma pessoa negra. Não é nada certo. É blackface." - Disse Gabriel Parise¹

Montagem que viralizou na internet, mostrando famoses que acabaram
errando na hora de representar a comunidade LGBTQIA+

 É obviamente perceptível a xucrice do cantor. Se ele queria uma travesti ou uma bicha no clipe, poderia ter contratado uma. Isso ocorre em muitos trabalhos musicais e televisivos. O fato é que, um cantor hétero achar que se vestindo com roupas ditas "femininas" iria atrair mais pessoas LGBTQIA+ para assistirem e gostarem do clipe e da música é completamente ridículo. Se não é um clipe que mostra as dificuldades de ser uma travesti preta e que mora em uma favela, tendo que lutar todos os dias contra a transfobia em uma sociedade que a empurra cada vez mais para o caminho da prostituição, então o que um clipe completamente idiota e preconceituoso como esse poderia adicionar na vida de uma pessoa LGBTQIA+? Vale lembrar também, que Nego do Borel já afirmou estar ao lado do presidente da república e autodeclarado homofóbico Jair Bolsonaro.

"O que é certo afirmar, é que depois do furacão Pabllo Vittar, artistas e gravadores abriram os olhos para um público muito pouco explorado que tem um potencial de consumo enorme." - Disse Emílio Faustino¹

Imagem de Stereo Pop

 Utilizei como exemplo Nego do Borel, pois foi um nome que realmente fez um barulho e atraiu muitas visualizações em seu clipe, porém, da forma errada. Hoje em dia, os artistas estão tão desesperados para não acabarem falindo ou caindo no flop que acabam aderindo a novas estratégias para venderem seu peixe.

 A comunidade LGBTQIA+ vale muito, isso pode ser provado voltando novamente à questão das marcas que apoiam a comunidade. Muitas marcas podem acabar se pondo à favor da comunidade, mas dando pra trás depois de alguns dias. É preciso tomar cuidado com qual marca consumir e qual artista enaltecer.

 Se fere nossa existência, seremos resistência!