Dependendo da origem histórica ou perspectiva simbólica, o jornalismo pode receber diferentes "cores", baseadas ou em categorias ou em abordagens. Hoje, iremos entender melhor como cada tipo de jornalismo atua no mundo atual e qual o seu impacto nas camadas da sociedade.
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| O símbolo do Jornalismo é composto por três elementos: uma folha de papel, uma pena e o termo 'Lex' – que significa "lei" em latim. |
1. Jornalismo Branco
O "jornalismo branco" pode se referir a duas coisas: ao jornalismo imparcial ou ao jornalismo chapa branca.
O jornalismo imparcial é aquele que foca na busca por informações puras, sem preconceitos e influências externas. Ele é objetivo e neutro, ideal para quem busca imparcialidade e ética jornalística. O jornalismo branco então seria um tipo que separa a notícia da opinião.
Já o jornalismo chapa branca, especificamente no Brasil, se refere aos jornais que recebem patrocínio do governo, ou seja, uma mídia "comprada", potencialmente corrupta e cujas informações, em sua maioria, são manipuladas. O nome surgiu em referência à cor das placas dos carros de propriedade do governo daquela época.
Ou seja, um é antônimo do outro, e ainda estão inseridos na mesma cor. Porém, os dois não são a mesma coisa, pois o jornalismo chapa branca se refere à imprensa que produz o jornalismo marrom (que iremos nos aprofundar mais a frente), sendo resumidamente um tipo de jornalismo partidário, que beneficia o lado que está pagando.
2. Jornalismo Marrom
O "jornalismo marrom" é a versão brasileira do jornalismo amarelo ("yellow journalism") dos EUA. Seu foco é a exposição escancarada de violência, casos grotescos, intrigas, escândalos e fofocas, sempre com um exagero sensacionalista.
A imprensa marrom explora a dor, o sofrimento e a discórdia, buscando atrair rapidamente possíveis leitores, muitas vezes chegando a distorcer fatos para aumentar o número de cliques ao maximizar o impacto das informações. Esse tipo de jornalismo é visto atualmente como repugnante pelos profissionais na área, como uma espécie de câncer que - há alguns anos atrás - ainda era aceitável.
3. Jornalismo Amarelo
O "jornalismo amarelo" está intrinsecamente ligado ao sensacionalismo, sendo caracterizado por exibir manchetes apelativas, que exageram, distorcem ou manipulam informações para atrair o público, tratando de eventos de maneira alarmista ou exagerada.
O foco está na exploração de notícias impactantes, frequentemente utilizando títulos teatrais para prender a atenção do leitor. Embora seja popular em algumas mídias, a credibilidade costuma ser questionada.
4. Jornalismo Negro
O "jornalismo negro" tem como foco o destaque de questões relacionadas à população negra, racismo, desigualdade e representatividade racial. Cada voz ouvida nesse tipo de imprensa continua o legado daqueles que lutaram pelo espaço que conquistaram pelo seu povo.
O jornalismo negro enfatiza casos que afetam a comunidade negra, muitas vezes abordando temas que são ignorados ou minimizados pela mídia tradicional. Ele também pode ser usado para dar voz a histórias e perspectivas que estão marginalizadas na grande mídia.
5. Jornalismo Rosa
O "jornalismo rosa" geralmente está relacionado ao tratamento de notícias sobre o universo feminino, celebridades, moda, entretenimento e fofocas. O termo é utilizado, muitas vezes, para descrever conteúdos leves e voltados para um público mais focado em entretenimento.
Ele se destaca pela abordagem voltada ao público feminino e à cultura de celebridades. Muitos veículos de mídia, como revistas e sites de fofoca, se dedicam ao jornalismo rosa para atrair uma audiência interessada em assuntos de comportamento, moda e vida pessoal das celebridades.
Ainda existe o jornalismo de baixa qualidade ("pink slime journalism"), que é caracterizado por veicular notícias de qualidade inferior propositalmente, sendo em sua maioria geradas por computador ou escritas por redatores terceirizados mal remunerados. O nome faz referência à "gosma rosa" (ou "carne bovina magra texturizada"), um subproduto da carne que é usado como enchimento em carnes processadas.
Este tipo de jornalismo costuma cobrir notícias locais, financiadas por grupos partidários para promover sua narrativa ou ponto de vista.
6. Jornalismo Verde
O "jornalismo verde" foca na cobertura jornalística de questões ambientais, como mudanças climáticas, sustentabilidade, preservação da natureza, e outros temas relacionados ao meio ambiente.
É um tipo de jornalismo que se destaca pela sua relevância no contexto atual de crescente conscientização ambiental. Ele pode influenciar políticas públicas, ajudar na educação ambiental do público e promover a discussão sobre soluções para os problemas ambientais.
Em inglês, o green journalism ou Environmental Journalism, consiste na exposição de eventos ambientais históricos, assim como tendências e questões acerca das políticas ambientais e as organizações que se posicional pela causa.
7. Jornalismo Vermelho
O "jornalismo vermelho", assim como o branco, pode ser associado a dois tipos de jornalismo: o jornalismo comunista e ao jornalismo gore.
O jornalismo comunista está ligado ao socialismo, ao comunismo ou ao ativismo político de esquerda. Pode ser caracterizado por uma linha editorial que defende os ideais ou movimentos sociais atrelados a esta coordenada política.
Neste caso, o jornalismo vermelho se destacaria por seu alinhamento político e por focar em temas como direitos dos trabalhadores, movimentos sociais, críticas ao capitalismo, entre outros. Em alguns contextos, pode ser visto como um meio de mobilizar a população em torno de causas progressistas.
Já o jornalismo gore (ou 'nota roja', que significa "notícia vermelha" ou "nota vermelha") seria aquele que também foca em noticiar casos sob uma abordagem super sensacionalista, com histórias reais que se concentram em violência física, crimes, acidentes, desastres naturais, assassinatos, execuções e punições.
O nome 'nota roja' é em referência à Inquisição Mexicana, marcada pela prática de utilizar um carimbo vermelha para marcar ordens de execução ou punição. No século XIX, o termo passou a ser usado para se referir a crimes violentos, principalmente assassinatos. Com o tempo, notícias desse teor passaram a ser introduzidas na internet. Mesmo na surfweb (que seria, em tese, a camada principal da internet, que toda e qualquer pessoa pode acessar) é possível encontrar sites que focam em manchetes que expõem fotografias sangrentas, textos grosseiros e exagerados, assim como todos os artifícios jornalísticos necessários para chamar a atenção do público.
É importante frisar que o primeiro tipo de jornalismo não é o mais aceito entre os jornalistas como a definição perfeita do jornalismo vermelho, mas sim o segundo, pois reflete perfeitamente as interpretações acerca da cor vermelha.
É importante frisar que o primeiro tipo de jornalismo não é o mais aceito entre os jornalistas como a definição perfeita do jornalismo vermelho, mas sim o segundo, pois reflete perfeitamente as interpretações acerca da cor vermelha.
Fontes
Imprensa marrom, jornalismo vermelho, por Cláudio Humberto, via Diário do Poder.
Imprensa Rosa, via Wikipédia.
Conheça os símbolos de profissões das áreas de negócios e comunicação, via TMJuntos
Yellow journalism, via Wikipédia.
Outras 8 expressões jornalísticas em português, inglês e espanhol que todo jornalista latino-americano deve saber, por Júlio Lubianco, via Latam Journalism Review.
O jornalismo chapa-branca, por Carlos Alberto Sardenberg, via Observatório da Imprensa.
U.S. Diplomacy and Yellow Journalism, 1895–1898, via Office of The Historian.
Pink-slime journalism, via Wikipédia.
Nota roja, via Wikipédia.
A HANDBOOK OF GREEN JOURNALISM, por Behare Bajraktari e Shahin Berisha.
Environmental journalism, via Wikipédia.
Imprensa Rosa, via Wikipédia.
Conheça os símbolos de profissões das áreas de negócios e comunicação, via TMJuntos
Yellow journalism, via Wikipédia.
Outras 8 expressões jornalísticas em português, inglês e espanhol que todo jornalista latino-americano deve saber, por Júlio Lubianco, via Latam Journalism Review.
O jornalismo chapa-branca, por Carlos Alberto Sardenberg, via Observatório da Imprensa.
U.S. Diplomacy and Yellow Journalism, 1895–1898, via Office of The Historian.
Pink-slime journalism, via Wikipédia.
Nota roja, via Wikipédia.
A HANDBOOK OF GREEN JOURNALISM, por Behare Bajraktari e Shahin Berisha.
Environmental journalism, via Wikipédia.










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