Bulimia
Eu tento vomitar todo o mal que você me causou,
Mas no borrão que é a minha mente eu vejo apenas minhas imperfeições.
E de mim só saem venenos, em cápsulas e líquidos,
Eu me olho no espelho, e consigo ver as marcas e os arranhões.
Esse sentimento de decepção e ódio corrói minha alma,
Eu sinto que perdi minha única amiga.
Vejo o tempo passar, e só consigo sentir falta,
De ter uma família e de amar a minha vida.
Todos os dias são apenas dias sem cor,
Eu sorrio e rio, mas minha mente me relembra da dor.
Eu não aguento ser eu por mais um dia que for,
Nem aguento lembrar dos bons momentos com quem já se foi.
Estou sozinho neste banco, sentindo o calor do sol em minha nuca,
A brisa do vento traz a calma e os pensamentos voam.
Todo o tempo neste lugar, mesmo inimigo, mesma luta,
Meu corpo é um templo destruído pelas vozes que soam.
Não sei quanto tempo irei aguentar,
Estou sangrando e essa ferida não fecha.
É como um gatilho que em mim desperta
Um novo pesadelo nesta casa de cera.
Eu sou apenas um menino querendo fugir,
E o ódio é a chama que destrói a casa.
Eu penso que é tudo minha culpa,
Eu quero vomitar tudo isso, toda dor
Até que reste apenas o vazio.
Eu não consigo por pra fora esse grito que
Se sufoca e cada vez mais está morrendo.
Eu queria que isso parasse de uma vez,
E que eu pudesse ser feliz como fui um dia.
Mas a vida nos mostra razões para temer,
Que nossos sonhos um dia ganhem vida.
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