A Bruxa do Espelho, o ESPÍRITO VINGATIVO que viaja pelos ESPELHOS!

 


 Por muitos anos, os espelhos foram vistos como objetos muito além de acessórios comuns. É dito que eles são portais para outros mundos e ainda são utilizados por bruxos e bruxas para verem o futuro. Além disso, era muito comum antigamente cobrir todos os espelhos da casa quando um parente - que ali vivia - morria, para que assim seu espírito não acabasse ficando preso nos espelhos. Por décadas existiram relatos de pessoas que avistaram movimentos estranhos e reflexos incomuns nos espelhos de suas casas, fazendo com que muitas histórias e lendas surgissem a partir deste objeto. Uma das lendas mais conhecidas é a da Maria Sangrenta.

 É comum ouvir outros nomes como Maria, A Sanguinária; A Bruxa do Espelho; A Loira do Banheiro; Maria Degolada; e até Bloody Mary. Não se sabe se são as mesmas pessoas, mas se sabe que suas histórias são rondadas por horror e sangria.

 Reza a lenda que uma vez existiu uma moça chamada Mary, que foi morta brutalmente por um médico-cirurgião que a amava, mas esta já era comprometida com outro homem. Sendo assim, o médico invadiu o quarto de Mary quando seu marido não estava e a atacou. Antes de morrer, ela tentou revelar quem era o médico escrevendo o nome dele com seu sangue num grande espelho que havia em seu quarto, mas ela foi morta pelo homem antes de escrever a segunda letra, deixando apenas um "T" desenhado no espelho. O médico então arrancou os olhos de Mary que agonizou de dor até a sua morte. Ela morreu na frente do espelho, e assim seu espírito - cuja morte havia sido de forma torturante e sanguinolenta - ficou presa no objeto.

 Uma maldição então surgiu, onde aqueles que dissessem o nome de Mary três vezes na frente do espelho, iria ver o espírito sombrio da moça, com sangue saindo de suas órbitas oculares. Armada com uma faca, o espírito arrancaria os olhos de quem a conjurou. Depois de dias procurando o assassino, a polícia foi acionada para resolver o caso do assassinato de um médico que teve seus olhos arrancados.
 A questão sobre ser chamada três vezes no espelho se refere à letra "T" que Mary escreveu no espelho antes de morrer. O "T" acabou sendo interpretado como "Três".

 Também há outra versão da lenda, que conta sobre uma menina chamada Maria, que perdeu o pai devido a Segunda Guerra Mundial e acabou sofrendo todo tipo de mal, preconceito e miséria. Ao lado de sua pobre mãe, Maria foi tratada como escória em todos os momentos de sua vida, até que - como ápice dos abusos - a menina foi assassinada no banheiro da escola. Assim, surgiu Maria Sangrenta, o espírito vingativo moldado pelo tormento e dor, que mata qualquer um que ouse pronunciar seu nome na frente do espelho.

 Outra versão da lenda conta sobre uma bruxa muito vaidosa chamada Mary que foi executada há séculos após ser acusada de praticar magia das trevas para se manter bela. Ela era muito conhecida por sempre andar portada de seu espelho, onde vivia a admirar sua beleza e jovialidade. A mulher, antes de morrer, rogou uma praga a todos aqueles que pronunciarem seu nome na frente de um espelho, que morreriam se o fizessem.

 Há também a versão de uma belíssima jovem chamada Mary que, após sofrer um terrível acidente, ficou com seu rosto deformado. Sofrendo com sua aparência grotesca e repulsiva, Mary foi alvo de piadas por todos seus amigos e familiares. Cansada de sofrer tamanho abuso por conta de sua aparência, a jovem vendeu sua alma a um demônio, que lhe deu a capacidade de vagar pelos espelhos de todo o mundo, assim, se vingando de forma brutal de todos aqueles que a feriram e de qualquer um que tenha uma grande vaidade.

 É conhecida também a história de Mary Whales. Mary Whales era uma jovem filha de um homem perverso que era viciado em dinheiro, tão viciado que raptava homens escravizados e os acorrentava no porão de seu celeiro até receber o dinheiro das pessoas que queriam comprá-los. Quando não havia homens escravizados, o velho Whales raptava homens livres e os vendia. Não só o pai de Mary o fazia, mas a mãe também. A mãe de Mary morreu em seu parto, fazendo que assim seu pai nutrisse uma repulsa enorme por sua filha. O velho a vestia com trapos e a negligenciava qualquer carinho. Mesmo assim, Mary amava seu pai.
 Quando Mary chegou à idade adulta, seu pai passou a ver sua esposa na filha. Em uma noite de bebedeira, o velho Whales entrou no quarto de sua filha e a esfaqueou várias vezes. O homem carregou o corpo sem vida de Mary e a enterrou no porão de seu celeiro.

 Um dia, quando voltava para casa, o velho Whales viu o espírito de Mary mexendo em uma chaleira vazia na cozinha. O espírito estava com a cabeça quase decepada, sobre uma poça de sangue e partes do seu rosto estavam cortadas ou arrancadas. O velho Whales fugiu da casa e só voltou no dia seguinte. Sentindo-se seguro novamente, ele se pôs a ler o jornal, quando ao mirar seus olhos para além dos papéis, ele viu a figura fantasmagórica de Mary, portando uma faca em uma de suas mãos. O espírito o atacou e deixou-o com dois cortes nas costas. O homem fugiu para o celeiro e lá dormiu por várias noites.

 Voltando para casa à noite depois de uma semana, o velho Whales foi ao banheiro para fazer a barba e comer uma boa comida. Num momento de distração, ao se olhar no espelho do banheiro, o senhor viu o fantasma de Mary atrás dele, com olhos vermelhos de fúria e o rosto deformado pelos cortes e o sangue espalhado pelo corpo. O homem correu do banheiro, sendo perseguido pelo espírito de Mary que empunhava uma faca enquanto sorria sadicamente atrás de seu pai. Seus dentes eram afiados e tortos e de sua boca saía muito sangue. Suas unhas eram longas e afiadas. O velho fugiu para o celeiro novamente, mas não havia escapatória. O velho Whales estava encolhido no feno, amedrontado e temendo por sua vida, Mary foi até seu pai, segurou sua cabeça e separou-a de seu corpo com cerradas lentas e profundas, fazendo com que o idoso morresse lenta e dolorosamente.

 Há ainda a história da Maria Degolada. Diz-se que Maria Francelina Trenes era uma prostituta de origem alemã que vivia em Porto Alegre e foi assassinada por seu namorado - um soldado - chamado Bruno Soares Bicudo. O casal estava fazendo um piquenique com amigos no Morro do Hospício, quando os dois se afastaram por um tempo e começaram a discutir em um local fora da visão das outras pessoas. Maria feriu Bruno com um pedaço de lenha e com um cano de ferro. Após sofrer agressão de Maria, Bruno a matou, cortando seu pescoço com uma faca.

Existe também a história da Loira do Banheiro. Conta-se que Maria Augusta de Oliveira Borges, de 14 anos, após casar com o conselheiro Dutra Rodrigues, fugiu para Paris, 4 anos depois. Em Paris, Maria faleceu em 1891, aos 26 anos. A causa de sua morte é um mistério até hoje, pois o atestado de óbito nunca foi encontrado. O corpo de Maria, ao voltar para o Brasil, foi mantido em uma urna de vidro no casarão da família para visitação pública. Amélia, mãe de Maria, não queria enterrar sua filha, mas o fez após ter diversas visões de sua filha pedindo para ser sepultada.

 Dez anos depois, o casarão onde Maria viveu deu lugar à Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves. Durante muitos anos, muitos alunos da escola diziam ver o espírito de Maria vagando por todos os cantos, principalmente nas áreas próximas aos banheiros, onde ela abria as torneiras para saciar sua sede. Os alunos diziam sentir um cheiro forte de rosas, o que passou a significar que o espírito de Maria havia passado por aquele local.

 Além das Marias, houve também a história de Nancy Fieldman, uma moça bela e inteligente que vivia com sua mãe em uma mansão da Inglaterra por volta de 1870. É dito que o dono da mansão onde Nancy e sua mãe trabalhavam possuía um transtorno de personalidade que o tornava uma pessoa terrível, que as tratava mal e lhes dava sobras e um quarto frio para descansarem. Devido ás condições onde viviam, a mãe de Nancy acabou perecendo, e deixou para a filha um espelho emoldurado em mármore, dado pelo seu pai à sua mãe com os seguintes dizeres: "Serei o reflexo da tua alma onde quer que esteja" - escrito na parte inferior do objeto. Nancy entrou em uma profunda depressão e queria deixar a mansão, mas o dono da mansão acabou trancando-a no porão e passou a violentá-la todas as noites naquele lugar.

 Em uma noite, Nancy reagiu às agressões e golpeou o dono com sua boneca de pano. O homem então, irritado, asfixiou-a com a própria boneca. A jovem derrubou o espelho de sua mão ao se debater e, quase sem ar, proferiu suas últimas palavras ao homem: "Serei o reflexo da tua alma onde quer que esteja".

 Semanas depois, o homem foi encontrado com os cabelos grisalhos, morto inexplicavelmente e com um pedaço do espelho entre as mãos. Até os dias de hoje, aqueles que se apoderam daquele pedaço do espelho acabam enlouquecendo e até morrendo, além de verem também o reflexo de Nancy refletido no espelho.

 Não tem como não mencionar a Rainha Louca, Maria I. A rainha priorizava a religião acima de tudo, e mandou queimar 280 protestantes na fogueira como hereges. Além disso, sua sucessora - Elizabeth I - queimou cinco anabatistas na estaca durante seu reinado; executou cerca de 800 rebeldes católicos; e enforcou e esquartejou pelo menos 183 católicos.

 Já que estamos falando de mulheres loucas, como não citar a Condessa Sangrenta, Elizabeth Bathory?
 Elizabeth, aos 15 anos, se casou com seu próprio primo. É dito que aos 40 anos, a condessa passou a atrair jovens garotas virgens - de 10 a 14 anos - para seu castelo, onde as torturava e matava. Cerca de 650 jovens foram mortas por Elizabeth, dando-lhe a alcunha de serial killer mais prolífica do mundo. A condessa atraía as jovens com promessas de trabalho no castelo, mas logo quando as meninas adentravam sua fortaleza, o semblante de Elizabeth mudava e ela deixava transparecer cada gota de insanidade.

 Elizabeth cortava os dedos das jovens, cravava agulhas embaixo de suas unhas, espancava-as com porretes, açoitava-as, queimava suas mãos e lhes dava banhos extremamente gelados. As sessões de sadismo e abuso terminavam quando as jovens morriam de fome ou congeladas. Neste instante, a condessa se banhava com o sangue de suas vítimas, acreditando que o sangue delas tornava-a mais jovem.

 Para terminar, precisamos citar também o nome Marie Macarty, mais conhecida como Madame LaLaurie. Esta era uma socialite conhecida por torturar, mutilar e matar mais de 96 pessoas escravizadas negras. Em 1834, quando um incêndio ocorreu em sua mansão, os socorristas descobriram que haviam pessoas escravizadas presas no sótão com evidentes sinais de abuso violento e cruel. Os moradores do bairro, irados pela descoberta, saquearam a casa de Marie, que fugiu para a França com sua família.


 Como puderam perceber, não são poucas as versões da Bruxa do Espelho. Algumas foram mulheres mortas injustamente; já outras eram mulheres sádicas e loucas.
 Você teria coragem de proferir o nome de Bloody Mary três vezes na frente de um espelho à noite? Boa sorte...

Postar um comentário

4 Comentários

  1. Você está louco? Jamais faria uma coisa dessas na frente do espelho. Curti demais deu post com esses casos de bruxas, aliás estou curtindo demais seu blog por estar trazendo esses conteúdos que eu gosto muito. Parabéns!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Estou me interessando cada vez mais por terror <3 obrigado por gostar tanto <3

      Excluir
  2. Conheço essa história com o nome de Blood Mary, de repetir o nome 3x em frente ao espelho. Acho até que aparece em um dos filmes da franquia Atividade Paranormal um menção a essa versão. Mas nunca soube qual era a origem e estou surpresa com a quantidade de versões que existem. E cá pra nós, independente da história, espelhos podem ser sim um pouco assustadores né? E menino, pelo amor, quase não consigo me concentrar na leitura do texto por causa desses gifs medonhos! ahahah

    ResponderExcluir
  3. Foi horrível pra mim editar esse post pq eu fiz ele de noite e sozinho em casa ainda por cima! kkkkkkk

    ResponderExcluir

Comente aqui!