2024 foi um ano intenso...


 É pessoal, 2024 foi um ano cheio de loucuras, tanto pessoalmente quanto num geral. Esse ano me ajudou a abrir bastante minhas várias percepções de mundo. Por mais que tenha ido e voltado de hiatos incessantes por falta de motivação para escrever (e por ficar me enchendo de maconha a ponto de perder o foco no que estou fazendo), eu até consegui postar um número considerável de artigos, o que me deixa bastante feliz.
 Minha vida esse ano poderia ser resumida em uma palavra: "reflexão". Eu pensei demais sobre muitos aspectos da minha existência. Perdi amigos, me afastei de muita gente, decepcionei pessoas que me aturavam, mas adotei um gato (Café ^^).
 Sinceramente, ficar longe de comunistas e cheiradores de pó me fez um bem danado. São meus amigos, mas se me faz mal ficar perto deles então é hora de cortar alguns laços sem sentido. Me aproximei de velhos drogados que queriam se satisfazer comigo usando vinho barato e cocaína como moeda de troca, mas fui resistente à tentação de me deixar levar por estes prazeres momentâneos, e me afastei logo depois.


 Nós atraímos pessoas como nós, mas quando nos comparamos aos nossos semelhantes, percebemos que não somos como eles, mas sim que estamos nos tornando iguais a eles, e isso não é nada bom. Meu reflexo estava turvo frente ao espelho que me mostrava a imagem que eu jamais quis aceitar, mas eu decidi mudar isso. Por mais que a maconha aumentasse minha senciência, ela me tirava o foco daquilo que era mais importante para mim, me fazendo perder oportunidades e me atrasar na guerra interna que meus anseios travaram contra meus medos. Os medos até venceram.
 Tive visões que me esclareceram muita coisa. Previ a gravidez da minha irmã e o nascimento da minha sobrinha de cor de cacau; vi as consequências das minhas ações me levarem à ruína, me dando tempo suficiente para contornar esse problema; vi a decepção e desespero que causei pela minha falta de responsabilidade.


 Me tornei adicto de ser violentado por homens mais fortes que eu, e que não se incomodavam em me bater e violentar o quanto conseguiam. Inclusive, descobri a razão disso, o porquê eu quero ser machucado por homens e ficar longe de mulheres. Mas isso é algo que só o meu psicólogo sabe...
 Ainda assim, 2024 não foi de todo mal. Retomei um projeto que havia anunciado aqui há anos atrás, o lançamento do livro Como Criar Personagens Únicos, mas deixei em hiato para retomar a produção de outro projeto literário, um livro de poemas autorais intitulado Um Cappuccino e Palavras Avulsas, em homenagem à minha série aqui do blog chamada Hora do Cappuccino, que reúne meus poemas mais íntimos que escrevi desde 2017. Inclusive, seria bom retornar com essa série.

Leia também: Meu primeiro projeto concluído!

 Na verdade, pretendo retornar com muitas séries que abandonei aqui no blog, só que com uma pegada diferente do que era antes. Fora isso, estou com mais de 200 artigos para escrever, já que sou uma máquina de ideias ambulante e sempre tenho uma nova ideia do que escrever.
 Meu maior problema na hora da pesquisa é o aprofundamento, já que tenho um obstáculo mental baseado na atazagorafobia, o medo de ser esquecido e de esquecer. Acontece que eu tenho receio de aprender algo novo e esquecer aquilo que eu já sei, por isso não me aprofundo naquilo que conheço. Isso é um mal com a qual eu convivo dia após dia, visto que tenho memória a curto prazo e devaneios excessivos.
 Conviver com o este problema dia após dia é o que me tornou um homem tão atormentado. Sinto como se não tivesse tido um dia de paz, e quando tive, eu sempre estava sozinho. A solidão pode ser o veneno e a cura ao mesmo tempo, e por mais que eu entenda isso, ainda tenho uma maior predileção por estar sozinho do que acompanhado por uma pessoa qualquer a qual eu não tenho nenhuma ligação nem conexão.


 Eu preciso me relacionar com pessoas da minha idade, mas também com pessoas que não me façam sentir como um alienígena fora de órbita. Foi um ano inteiro de desconforto por sentir não estar sendo incluso, aceito, entendido e não ser importante.
 Me acostumei a buscar atenção, divertimento, amizade e prazeres temporários com pessoas tão vazias quanto eu, e um vazio espelhado nunca traz tranquilidade se seus olhos só mostram uma escuridão sem fim. Tive que afastar de todos também. Quero começar uma vida nova, longe de parentes e amigos do passado. Quero conseguir trabalhar fisicamente ou remotamente, e ainda assim conhecer pessoas e me  conectar a elas.
 Meu sonho é ter alguém com quem compartilhar minhas intimidades sem ser julgado, mostrar meus hobbies sem ser ignorado, conhecer pessoas que têm algo em comum comigo.

Leia também: Minha Experiência com Devaneios Excessivos

 Fora isso, estou ansioso para uma nova fase da minha vida: voltar a morar sozinho. Eu cheguei a morar só por volta de 2020, mas meu psicológico estava muito ruim por conta da preocupação com os parentes e principalmente o meu irmão-gato Bob, que infelizmente nos deixou após 15 anos me acompanhando durante meu crescimento. Foi um baque ter que deixá-lo ir, mas foi um alívio não precisar mais vê-lo doente. Agradeço à Morte pela paz que trouxe ao meu melhor amigo, e peço perdão à Vida por não tê-la negligenciado quando ela se manifestou em suas várias formas, pedindo para que eu cuidasse melhor dele, mas eu não consegui.
 A serpente que tatuei no meu braço esquerdo em 2019 representa muito mais do que meu amor por cobras, ela representa a transformação que eu sofro todos os dias, em busca de uma nova versão revitalizada e com suas feridas em processo constante de regeneração. Eu me transformei em muitas coisas que não tive orgulho, mas perceber isso agora me dá uma sensação tão boa...


 Fico pensando nos perigos que me pus a correr por prazeres de pouca duração e benefício. Muitas vezes, eu apenas desejei sem pensar a frente, em como eu poderia me sentir, quais consequências eu poderia sofrer e quais marcas minhas ações deixariam nos lugares por onde passei.
 Minha mente sempre tendeu a entrar em devaneios quando meu corpo já não aguenta mais os baques da vida. O problema é que eu me desligo das dores que sinto e me torno vulnerável ao mal que me espreita a todo momento.
 Eu abandonei meus hobbies tão especiais, imerso em preocupações, dívidas, decepções, pavores, negligências... Simplesmente parece que meu eu não entendeu que sou um adulto. Até faz sentido, se eu parar para pensar, sempre houveram pessoas para desconfiar de mim e das minhas capacidades, me dizendo para desistir quando não conseguisse atingir um objetivo do jeito que os outros querem que eu faça, sendo que tudo o que eu sempre quis que entendessem é que eu tenho o meu próprio jeito de fazer as coisas.
 Acabei sendo admitido em um emprego que seria o sonho de qualquer jovem escritor, com a primeira oportunidade na vida de trabalhar oficialmente com a escrita, escrevendo roteiros e colocando minhas habilidades a cheque. Mas quando a minha própria mente se voltou contra mim, junto à negligência que cometi durante anos para com o meu lado espiritual, tudo começou a desandar.


 Eu passei a acordar tarde, procrastinar, me entupir de drogas, deixar minha saúde em último lugar ignorar os problemas financeiros, ouvir as pessoas erradas, perder a atitude e iniciativa, me enfiar em situações ruins, entregar meu corpo para qualquer um, mergulhar em prazeres e fetiches doentios, parar de escrever, esquecer de realizar tarefas importantes, duvidar de mim mesmo, sentir medo de ser julgado pelos outros, me esconder dentro de um quarto para me embriagar...
 Até que eu percebi que estar acomodado era ruim demais, e que o meu medo de aprender coisas novas e me aprofundar, me especializar neste assunto poderia me fazer esquecer o que eu já conhecia. Deixei de me especializar naquilo que eu sempre falei sobre: a escrita. Me tornei uma máquina que só registrava números ao invés de conteúdo.
 Como perdi minha alma a tantos anos atrás, esse trabalho só me deixou cada vez mais vazio. Não tive escolha. Eu só pensei que não iria aguentar as cobranças, as mudanças de rotinas, a dificuldade em adaptar minha escrita com a da empresa, a pressão... e deixei o que era o meu sonho, para trás.
 Tentei mergulhar de cara na criação de conteúdo em 2024. Foi uma experiência bem gratificante, e passei a entender mais sobre como algumas plataformas dificultavam a comunicação, interação e compartilhamento de bons conteúdos, apenas por conta dos conteudistas utilizarem palavras de baixo calão, imagens gráficas e tudo que não fosse entendido como "family friendly".


 Tirando isso, poder transformar meus escritos em vídeos interativos foi um desafio que valeu a pena experimentar. Pretendo continuar com esta empreitada, talvez tentar mais um Cronograma da Minha Vida 15.0 (faz anos que tento criar uma rotina, mas nunca me adapto bem a mudanças).
 O TikTok foi minha maior surpresa, nunca pensei que conseguiria ter mais de 100-400 views em cada vídeo. Tenho muitos roteiros escritos, mas a indisciplina está me atrapalhando bastante a pôr em prática o que escrevo todos os dias. Estou com 2.313 seguidores e 12,3 mil likes; enquanto que no YouTube eu estou com 217 inscritos e 41.733 views num total.
 É legal, sabe? Só seria melhor se meu corpo, mente e espírito colaborassem entre si, mas é por isso que eu faço terapia atualmente.
 Até que eu descobri coisas novas sobre mim mesmo, mas a melhor delas foi ver as raízes dos meus problemas. Isso me ajudou bastante a entender como os meus traumas surgiram e o que me levou a estar empacado na minha jornada de vida.
 Só espero que 2025 me traga um equilíbrio, uma âncora aonde me fixar sem permitir que meu navio se perca pelos sete mares.

Muito obrigado por terem aguentado todos os parágrafos,
E até a próxima!

Delartiel

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