A Terra é um lugar que muitos tendem a ver como um simples planeta passível de acolher qualquer forma de vida, mas a verdade é que o nosso mundo muda a todo momento. Fenômenos da natureza ocorrem sem o controle humano, por mais que há quem acredite que seja possível utilizar tecnologias que podem sim gerar transformações extremamente raras e difíceis de explicar. É por essa razão que hoje eu trouxe um artigo listando 10 fenômenos da natureza que parecem ter saído de um conto de fadas, porém, possuem explicações científicas bem plausíveis.
1. Flash da Coroa
Conhecido também como "leaping sundog", esse fenômeno meteorológico raro é semelhante a uma mancha brilhante no céu, como um parélio, com feixes e loops de luz que se movem e realinham em segundos. Isso ocorre quando cristais de gelo se alinham por um forte campo elétrico ao redor de uma nuvem do tipo cumulonimbus.
Cumulonimbus
Acredita-se que o Crown Flash é causado por mudanças nos campos elétricos dentro da nuvem de trovão. Os cristais de gelo em forma de placa ou agulha se alinham e refletem a luz do sol de forma preferencial. Esse fenômeno foi descrito na ciência pela primeira vez em 1885, na revista Monthly Weather Review.
Existem muitos outros fenômenos da natureza relacionados ao sol e que são tão impressionantes quanto o Crown Flash, como por exemplo: Cão do Sol (ou Parélio), Pilar do Sol, Subsol e entre outros.
2. Espiral da Morte
Conhecido também como "Redemoinho de Formigas", esse fenômeno que, de acordo com a ciência, ocorre quando um grupo de formigas de correição (que realizam expedições periódicas em conjunto, com milhares reunidas) é separado do grupo principal durante a viagem, perdendo a trilha de feromônio que as permite seguir umas às outras e passando a seguir a si mesmas, formando um círculo em rotação contínua que só para quando todas as formigas morrem de exaustão.
Redemoinhos de formigas foram descritos pela primeira vez em 1921, por William Beebe. Esse tipo de comportamento peculiar também foi percebido em lagartas processionárias e peixes. Na espiritualidade, formigas aparecerem de forma repentina pode indicar que energias densas e negativas estão ao seu redor.
3. Gelo Podre
O gelo podre é um fenômeno que ocorre em climas frios (como no inverno e início de primavera) quando o gelo que se formou em um corpo d'água (como lagos, rios, praias e mares) começa a se degradar. Pode ser definido como sendo apenas o gelo que perdeu sua estrutura sólida e está enfraquecido devido aos mais diversos fatores: quando o gelo é submetido a ciclos de aquecimento (degelo); quando pequenas bolhas de ar ou água infiltram o gelo, criando fissuras internas; quando a radiação solar degrada a estrutura cristalina do gelo; quando há fluxo de água por baixo do gelo, contribuindo para a degradação.
O resultado disso é o gelo obter uma aparência esbranquiçada ou levemente translúcida, com uma textura que lembra algo esfarelado, quase como cristais quebradiços. Costuma ocorrer bastante em países como Canadá, Rússia, Suécia e Noruega.
Além disso, é possível observar o fenômeno do gelo podre junto a outros fenômenos naturais, como por exemplo: nevoeiros gerados através da interação entre o gelo em degelo e temperaturas mais quentes; formação de cristais de gelo nas superfícies úmidas do gelo podre, durante ciclos de resfriamento; e auroras boreais que, em regiões polares, pode coincidir com o gelo em decomposição.
4. Pleocroísmo
O Pleocroísmo é um fenômeno óptico observado em certos cristais e minerais, onde uma mesma pedra exibe cores diferentes dependendo do ângulo de observação ou da direção da luz que a atravessa. Isso ocorre devido à anisotropia óptica dos cristais, ou seja, a diferença na forma como eles interagem com a luz em diferentes direções.
Isso, por si só, acontece por conta da estrutura cristalina, onde cristais anisotrópicos recebem índices de refração variadas conforme a direção da luz; da absorção seletiva, onde a luz branca, em cristais pleocroicos, absorvem diferentes comprimentos de onda com intensidades variadas dependendo da orientação do cristal; da polarização da luz, onde a iluminação que entra no cristal é dividida em raios polarizados que interagem de formas distintas com os átomos na estrutura do mineral.
O pleocroísmo não ocorre em cristais cúbicos (isotrópicos), sendo mais comum em sistemas cristalinos como o tetragonal, ortorrômbico, monoclínico e triclínico. Esse fenômeno já foi visto em minerais e pedras preciosas como: Cordierita (Iolite), que exibe um azul profundo, amarelo e incolor dependendo do ângulo; Alexandrita, que embora famosa pela mudança de cor em diferentes tipos de luz, também apresenta pleocroísmo; Turmalina, que mostra variações de cor em tons de verde, rosa e marrom; e Tanzanita, que exibe azul, violeta e tons de vermelho ou amarelo. Normalmente, estes minerais são encontrados em locais ricos em gemas, como o Brasil, Madagascar, Tanzânia e Índia.
O pleocroísmo foi descrito pela primeira vez no século XIX, com estudos aprofundados por William Nicol, o inventor do prisma de Nicol, que ajudou na análise de polarização e, indiretamente, no estudo de pleocroísmo; e David Brewster, um físico que contribuiu significativamente para a óptica e investigou propriedades ópticas de minerais.
Esse fenômeno ainda pode ser observado junto com outros fenômenos ópticos, como: Dicroísmo, quando uma gema exibe duas cores distintas em vez de várias; Interferência Cromática, em gemas finas ou inclusões, padrões de interferência podem coexistir; Brilho Metálico, alguns minerais pleocroicos também apresentam brilho metálico ou iridescência; e Fluorescência, sob luz ultravioleta, minerais pleocroicos podem exibir cores fluorescentes.
5. Bolha Gigante de Galáxias
A Bolha Gigante de Galáxias são estruturas cósmicas imensas, formadas por aglomerados de galáxias distribuídos de maneira a criar uma espécie de "rede" no universo, com vastos vazios entre elas. Essas bolhas são parte da chamada "estrutura em larga escala do universo", e não são "objetos sólidos", mas sim regiões de distribuição galáctica separadas por vastos vazios. Elas não são localizadas em um único ponto, e compõem a estrutura do universo visível.
Elas se formam como resultado de processos gravitacionais e dinâmicos que ocorreram após o Big Bang, como por exemplo:
Flutuações Primordiais - Pequenas variações de densidade na matéria primordial, logo após o Big Bang, deram origem a áreas mais densas (onde galáxias se formaram) e áreas menos densas (os vazios cósmicos).
Expansão do Universo - Com o passar do tempo, a gravidade agrupou matéria em filamentos e aglomerados, enquanto as áreas menos densas se expandiram, formando os "vazios".
Interação Gravitacional - As galáxias dentro das bolhas estão conectadas gravitacionalmente, formando filamentos que delimitam os contornos das bolhas.
Inclusive, existem outros fenômenos semelhantes, como por exemplo:
Grande Muralha de Sloan - Uma das maiores estruturas conhecidas, composta por galáxias organizadas em forma de uma bolha gigante.
Muralha do Hércules-Corona Borealis - Considerada a maior estrutura do universo conhecido, com mais de 10 bilhões de anos-luz de extensão.
Vazios como o Bootes Void - Grandes regiões quase sem galáxias, que destacam as bordas das bolhas.
O conceito de bolhas gigantes na estrutura do universo foi proposto e evidenciado por muitos contribuintes, como:
Fritz Zwicky (1930s) - Pioneiro na identificação de aglomerados de galáxias e na ideia de que elas formam estruturas maiores.
Margaret Geller e John Huchra (1989) - Descobriram a "Grande Muralha", uma estrutura de galáxias que revelou a existência dessas bolhas gigantes.
Colaboração SDSS (Sloan Digital Sky Survey) - Forneceu mapas detalhados do universo, confirmando a distribuição de galáxias em filamentos e bolhas.
A observação de Bolhas Gigantes de Galáxias pode coincidir com outros fenômenos astronômicos, como:
Supernovas e Explosões de Raios Gama - Podem ocorrer dentro das galáxias que formam as bolhas.
Lentes Gravitacionais - A massa das bolhas pode distorcer a luz de objetos distantes, criando imagens ampliadas ou múltiplas.
Radiação Cósmica de Fundo - A análise da radiação remanescente do Big Bang ajuda a identificar as flutuações que deram origem às bolhas.
Fluxos de Matéria Escura - Esses fluxos são frequentemente associados às regiões de galáxias que delimitam as bolhas.
6. Vidro do Mar
O vidro do mar (sea glass) é um fenômeno natural onde pedaços de vidro descartado no oceano são transformados pela ação das ondas, areia e sal, adquirindo uma aparência lisa e fosca através de um processo de erosão e polimento natural, quase como pedras preciosas.
O vidro vem de garrafas, janelas, lâmpadas ou outros objetos descartados no mar; em seguida, o vidro se quebra em pedaços menores ao entrar em contato com rochas ou outros materiais duros; dessa forma, as ondas e a areia agem como um abrasivo, desgastando as bordas afiadas e polindo a superfície do vidro; por último, a exposição prolongada ao sal e outros minerais do oceano dá ao vidro uma textura fosca característica.
Esse processo pode levar de 10 a 50 anos, dependendo das condições ambientais. Além disso, o vidro do mar pode ser encontrado em praias ao redor de todo o planeta, especialmente em regiões próximas a antigas áreas industriais ou portos, onde há ondas fortes que ajudam no polimento e que também apresenta areia e rochas que atuam como abrasivos naturais.
7. Ondas Quadradas
As ondas quadradas são um fenômeno natural em que o mar apresenta um padrão de ondas que formam uma grade quase perfeita, parecendo um tabuleiro de xadrez. Esse fenômeno é tanto fascinante quanto perigoso, pois está associado a condições marítimas instáveis. Também conhecida como "mar cruzado" (cross sea), esse fenômeno ocorre devido à interação de dois sistemas de ondas provenientes de direções diferentes.
Primeiro, as ondas geradas por ventos em uma direção encontram outro conjunto de ondas, formado por ventos em uma direção distinta; então, quando esses dois sistemas se cruzam, eles criam um padrão de interferência que resulta nas formações quadradas; daí, esse padrão ocorre geralmente quando os ventos que geraram um dos sistemas de ondas já cessaram, mas as ondas continuam viajando, interagindo com um sistema ativo.
Um dos lugares mais conhecidos por apresentar este fenômeno é o Île de Ré, na França, próximo à costa dessa ilha, o fenômeno é frequentemente registrado, especialmente em condições de maré específica. Pesquisadores como Walter Munk, conhecido por seus estudos sobre ondas oceânicas, ajudaram a explicar cientificamente fenômenos como o mar cruzado.
8. Praia das Areias Negras, Islândia
As areias negras são geradas quando a areia é composta predominantemente por minerais escuros, como magnetita, ilmenita ou basalto. A principal fonte de areia negra é o basalto, uma rocha vulcânica rica em ferro e magnésio. Quando vulcões entram em erupção, a lava resfriada e fragmentada é erodida e transportada para o litoral; a ação do vento, da água e das ondas quebra as rochas escuras em partículas finas, que são levadas até praias ou rios; minerais mais densos, como magnetita, tendem a se acumular em áreas específicas devido à ação das correntes e das ondas, enquanto materiais mais leves são levados para longe.
As areias negras são encontradas em regiões com alta atividade vulcânica ou depósitos minerais significativos, como a Islândia e sua praia de Reynisfjara, formada por basalto vulcânico; Havaí, com praias como Punaluʻu, onde a lava resfriada é triturada pelas ondas; Nova Zelândia, onde a costa oeste da Ilha Norte é rica em ferro e magnetita; e Brasil, onde algumas praias no Espírito Santo e na Bahia possuem trechos com areias escuras devido à presença de minerais pesados.
9. Dedo da Morte
O Dedo da Morte, também conhecido como "Brinicle" (uma combinação das palavras "brine" - salmoura - e "icicle" - estalactite de gelo), é um fenômeno raro que ocorre em águas extremamente frias. Ele se forma como uma estalactite de gelo submarina que congela tudo ao seu redor, incluindo organismos marinhos. O Dedo da Morte ocorre em ambientes polares, onde a temperatura é extremamente baixa e há uma interação entre a água do mar e o gelo marinho.
Primeiro, quando o gelo marinho se forma, ele expulsa a salmoura (água rica em sal) para fora de sua estrutura; essa salmoura é mais fria e densa do que a água ao redor, afundando em direção ao fundo do mar; então, à medida que a salmoura afunda, congela a água ao seu redor, criando uma estrutura tubular de gelo que cresce para baixo; por último, quando o brinicle atinge o fundo do mar, ele pode congelar pequenos organismos, como estrelas-do-mar e ouriços, que estão em seu caminho.
Esse fenômeno ainda pode ocorrer junto à Formação de Pancake Ice, pequenas formações circulares de gelo que podem ser vistas na superfície enquanto o Dedo da Morte cresce abaixo.
10. Caverna da Morte, Costa Rica
A Caverna da Morte é um fenômeno natural associado a uma caverna onde se acumulam gases tóxicos, como dióxido de carbono (CO₂) e sulfeto de hidrogênio (H₂S), tornando o ambiente letal para a maioria das formas de vida. Esse fenômeno ocorre em outras partes do mundo, como na Caverna dos Asfixiados (Itália) e o Lago Nyos (Camarões), mas a caverna na Costa Rica é notável devido à sua ligação com mitos locais e relatos de mortalidade animal.
A formação da Caverna da Morte está relacionada a processos geológicos e químicos, como:
Atividade Vulcânica Subterrânea - A Costa Rica é uma região vulcânica ativa, e gases como CO₂ e H₂S podem ser liberados do solo através de fissuras.
Acúmulo de Gases Pesados - Esses gases são mais densos que o ar, acumulando-se no interior da caverna, especialmente em áreas mal ventiladas.
Condições Letais - O nível de oxigênio dentro da caverna é extremamente baixo, e a presença dos gases tóxicos cria um ambiente onde animais que entram acabam sufocando.
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Sou carioca, gosto de RPG e sou fã da banda Flyleaf e da cantora Lacey Sturm. Escrevo bastante sobre o mundo geek e por aqui eu também falo de omnismo, escrita criativa, poesia, entre muitas outras coisas. No mais, seja bem-vindo à Corte das Artes!
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